Categoria: Libera, Alain de
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Excertos de “Filosofia Medieval” 2. A filosofia árabe e o nascimento da metafísica “peripatética” — A tradução latina da Metafísica do Shifa, sob o título de Liber de Philosophia prima sive scientia divina, marca o início de uma nova idade da metafísica, o peripatetismo, que se prolonga com a difusão dos comentários de Averróis. Do…
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Excertos de “Filosofia Medieval”, Jorge Zahar, 1990 Além do ser: metafísica e henologia (enquanto discurso do Uno) — A ausência de difusão dos textos autênticos do platonismo e do neoplatonismo, a própria constituição tardia de uma posição peripatética explicitamente assumida retardaram durante muito tempo o verdadeiro confronto entre “Platão” e “Aristóteles”. Os diversos platonismos do…
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A definição lockiana da pessoa, ou, mais exatamente, “daquilo que representa 1 a pessoa”: “um ser pensante e inteligente, dotado de razão e de reflexão, e que pode se considerar a si mesmo como si mesmo”, supõe não apenas a definição boeciana [121] da pessoa (rationalis naturae individua substantia/subsistentia), mas também a firme rejeição da…
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Portanto, é com “velhos termos” que apresentaremos a tese mais geral desse nascimento do sujeito: nossa proposta é mostrar que o “sujeito” aristotélico se tornou o sujeito-agente dos modernos tornando-se “supósito” de atos e de operações. Visto que Descartes não teve um papel decisivo no caso, não é de se surpreender tampouco que o “sujeito…
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Se não tivesse havido o-cogito-de-Descartes, sem dúvida jamais teria havido o-cogito-de-Agostinho. Mas, mais ainda, se não tivesse havido, aumentando a mira, esse objeto trans-histórico: “o”-cogito-EM-Descartes, ninguém jamais teria se interessado em “o” procurar, e naturalmente em “o” encontrar em estado nascente nesse outro: “o”-cogito-EM-Agostinho. Procurar o primeiro/último domicílio conhecido de um conceito sem domicílio fixo…
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Segundo J.-L. Marion, a crítica nietzschiana confirma sua própria interpretação do cogito, sum como simples “enunciado protocolar” (isto é, “não afirmando nenhuma tese nem enunciando nenhum princípio”); confirma também que, com Descartes, o ego “ascende ao estatuto metafísico de um princípio, na exata medida em que o enunciado protocolar cogito, sum é interpretado como identificação…
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Como o sujeito pensante, ou, se preferirem, o homem enquanto sujeito e agente do pensamento, entrou na filosofia? E por quê? Nada, para retomar a expressão de Aristóteles falando das Formas platônicas, indicava, na aparência, o nascimento de um tal “monstro”. Ao contrário, tudo parecia excluí-lo: desde o Estagirita, a palavra “sujeito” designava alguma coisa…