Categoria: Ferreira dos Santos, Mario
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CONCEITO E OBJETO DA ONTOLOGIA Na Metafísica, IV, 1, Aristóteles empregava estas palavras: “Há uma ciência que estuda o Ser enquanto ser, e seus atributos essenciais. Ela não se confunde com nenhuma das outras ciências chamadas particulares, pois nenhuma delas considera o Ser em geral, enquanto ser, mas, recortando uma certa parte do ser, somente…
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TEMA V ARTIGO 10 – NOVENARIO E O DECENARIO O nove é o último número simples. Em algumas simbólicas significa as três tríades: a superior, que é a da trindade divina (Consciência, Intelectualidade e Vontade infinitas, ou Vontade, Intelectualidade e Amor infinitos), as duas inferiores, que correspondem às duas tríades como as expostas pelo pitagorismo,…
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Santos 13, Santos 30, Santos 33 OUTROS NÚMEROS O número para os pitagóricos está presente em todas as coisas, pois estas são números. A própria alma humana é um arithmós auto kinetikós, um número, que é capaz de mover a si mesmo. Sem que nos afastemos do esquema vulgar do número da aritmética, do número…
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TEMA VI ARTIGO 1 – A SIMBÓLICA NAS RELIGIÕES Em nosso livro “O Homem perante o Infinito” dedicamo-nos ao estudo das diversas teorias sobre o surgimento da religião. Tema teológico, naturalmente conectado a outras disciplinas, no campo da simbólica e do temário deste livro, não pode ser examinado, o que já fizemos em outro lugar,…
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O FOGO O fogo não fala aos animais mas, fala ao homem, e a linguagem que ele usa só o homem podia entendê-la. Ante o fogo, o animal se espanta e foge, mas o homem espanta-se e aproxima-se. É que entre ele e o fogo, há alguma coisa que os irmana. Em todos os povos,…
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Mãe – A MÃE Diz-nos Otto Kerner: “Sobre a terra nada existe mais sagrado que a religião da mãe, pois ela nos leva ao mistério mais profundamente escrito em nossa alma, a relação da criança com a mãe.” Mostra-nos Schmidt que o monoteísmo telúrico, que toma como símbolo a mãe, é próprio das culturas matriarcais.…
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A SALVAÇÃO Todas as religiões prometem a salvação. Ao tomar consciência de sua fraqueza e das suas ausências, o homem deseja superar-se, alcançar maior soma de poder, em suma, salvar-se do estado em que está. O esquema religioso da salvação, cujo processo de estratificação é longo e proporcional à esquemática dos diversos ciclos culturais, inclui…
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O SÍMBOLO DA LUZ E DAS CORES Não cabe à Simbólica o estudo da luz, como o é feito na ótica e na Física, mas apenas o referente à sua significabilidade, como motivadora das cores e o significado que estas sempre tiveram e têm para o ser humano. Nesta parte, onde iremos examinar algumas aplicações…
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ARTIGO 4 – SIMBÓLICA DOS SONS NA LITERATURA, E SIMBÓLICA DO ESPAÇO E DO TEMPO Em nosso “Dicionário dos Símbolos e Sinais”, teremos a oportunidade de estudar os símbolos na arte em geral. Neste capitulo, queremos apenas chamar a atenção para os sons que estão nas palavras faladas. Sabemos que estas são propriamente sinais e…
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TEMA VII ARTIGO ÚNICO – CONSIDERAÇÕES SOBRE O SÍMBOLO I Os conceitos, devido à sua homogeneidade, e por serem esquemas abstratos, são deficientes para expressar a interioridade de uma vida, de suas potências, etc. Mas a combinação dos esquemas em tensões operatórias podem-nos servir como outros esquemas abstratos, aos quais imagens representadas de nossa vida…
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TEMA V ARTIGO 9 – O OCTONARIO Dentro da simbólica universal, o oito representa um papel muito menor do que os outros números até aqui estudados. O oito anuncia o advento de algo novo. É considerado como um duplo quaternário pelas visões panteístas do universo. Segundo afirmava Plutarco, os pitagóricos atribuíam o oito aos corpos…
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A IDÉIA DE SER EM ESQUEMAS DA FILOSOFIA MEDIEVAL ’Ens per nihil notius explicatur’, dizia Duns Scot. O ser não pode ser explicado por nenhuma noção. Em primeiro lugar, não pode ser definido, pois como já vimos na Lógica, definir é reduzir a outro. Define-se algo ao opor outro, situando-o em algo, que lhe é…
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A IDÉIA DE SER EM ESQUEMAS DE NOSSA ÉPOCA Mas ante o ser, que sempre é ser, ontologicamente considerado enquanto tal, os entes que compõem o mundo da minha experiência revelam uma constante variância. Temos, de um lado, o que é determinado, e que sofre determinações, variâncias, e o que não o sofre, o que…
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ARTIGO 3 – DO SER E DO ATO O termo ser, como sinal verbal, aponta a um conceito. Mas esse conceito, pela simplicidade com que se reveste para nós (simpliciter simplex), é o seu próprio conteúdo. No entanto, ele aponta, por sua vez ao que entendemos por ser; ele “representa” o ser, que é o…
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TEMA I ARTIGO 4 – DAS PROPRIEDADES DO SER A propriedade é definida como o próprio de uma coisa (idion), que nem sempre é unívoco com o ente. O próprio é o que pertence a toda uma espécie, não como essência, pois pode encontrar-se em outras espécies. O próprio é um predicável acidental. É, em…
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TEMA I ARTIGO 5 – ENTE POSSÍVEL E ENTE ATUAL O ente pode ser atual ou possível. E tal se dá quando a sua aptidão a existir é presente, dá-se no exercício da existência (atual) ou vem a suceder (possível). É intrinsecamente possível o ente que, por coerência consigo mesmo, não tem nenhuma existência atual.…
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TEMA II Artigo 1 – DA DISTINÇÃO – Explanação sintética Sabemos que as diversidades transfísicas são por nós captadas, sem que possamos realizar separações de ordem física. Não corresponde a toda distinção mental uma distinção real–física, uma separação física, como a que podemos distinguir entre um objeto corpóreo e outro. Distinção, que vem do verbo…
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SÍNTESE DA ANALOGIA Os conceitos (enquanto esquemas noéticos): essência e existência, matéria e forma, substância e acidente, causa e fim, etc, resultam da abstração de dados comuns da experiência, quer interna quer externa, por influência da intuição ou da razão. Os conceitos mais abstratos conservam sempre uma referência à experiência imediata (intuitiva). E é em…
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O POSSÍVEL — O REAL E A REALIDADE Considerações prévias O que há de evidente e patente para nós é o ato de sermos, cuja afirmação é apodíctica. Não pode nossa inteligência alcançar nada além do ato, que a tudo antecede. Podemos chegar a ele, operatoriamente, através do exame da cadeia causal ou meramente cronológica…
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TEMA III ARTIGO 2 — AS RELAÇÕES Ao proceder um exame do princípio de causalidade, logo nos surge, desde que permaneçamos dentro do quantitativo, a ideia de lei, a ideia, portanto, de relação, relação quantitativa. Consideravam Leibniz, Bergson, etc, que temos um sentir da nossa eficacidade de um todo causante de fenômenos, graças à experiência…