Filosofia – Pensadores e Obras

Categoria: Mito – Mistérios – Logos

  • Mas não é somente nas estruturas políticas que se inscrevem mudanças mentais análogas às que parecem constituir, desde que se as limite ao único domínio da filosofia, o incompreensível advento de uma razão estranha à história. Sem falar do direito e da arte, uma instituição econômica como a moeda testemunha, no seu desenvolvimento, transformações que…

  • Deveremos, em última análise, dizer que a filosofia aplica à noção de Ser imperecível e invisível, herdada da religião uma forma de reflexão racional e positiva, adquirida na prática da moeda? Seria ainda demasiado simples. O Ser de Parmênides não é o reflexo, no pensamento do filósofo, do valor mercantil, não transpõe, pura e simplesmente,…

  • Nessa óptica, a regulamentação da continuidade já é significação de ruptura. Mas onde e como se opera essa solução? A partir daí introduz-se o debate sobre a origem do discurso filosófico. Onde está o corte entre o mito e o pensamento racional? Estará ele presente nesses pensadores físicos que, como Tales, tomam por objeto da…

  • FRAGMENTOS DE MIMNERMO E ESTESÍCORO (HC, § 16) (A) Strab., I, 46 (= Mimn., frg. 7, Bergk) «a cidade de Eétes, onde os raios de Hélio veloz estão deitados em tálamo de ouro, à beira do Oceano» (lit. «junto aos lábios do Oceano»); (B) Athen., p. 469 F (= Mimn., frg. 8, Bergk) «pois de…

  • O efeito poderoso e imediato que a tragédia exercia sobre o espírito e os sentimentos dos ouvintes revela-se nestes ao mesmo tempo como irradiação da íntima força dramática que impregna e anima o todo. A concentração de um destino humano inteiro no breve e impressionante curso dos acontecimentos, que no drama se desenrolam ante os…

  • Não obstante a fortuna que ganhou o pensamento implícito na fórmula «Do Mito ao Logos» (como se sabe, este é o título de um célebre trabalho de Wilhelm Nestle, que o mais sucintamente designava os primórdios do processo evolutivo do pensamento europeu), da mitologia para a filosofia, ainda ninguém conseguiu ver distintamente o caminho recto…

  • De manifesto propósito, até agora, raramente citamos o testemunho de Hesíodo. A reserva, lançamo-la a crédito das modernas tendências para assinalar a obra do poeta beócio como o início do caminho que termina na codificação lógica do fascinante mistério do horizonte. É claro que, na bibliografia pertinente, isto se diz de outro modo: o projeto…

  • O «originado» pode considerar-se sincrônica ou diacronicamente: mas a «origem» do originado, só ucronicamente. A origem preside tanto ao início, quanto ao meio e ao término do originado que nos apareça via processionis. Quer dizer, a origem e o originado não podem situar-se no mesmo plano ou nível de realidade. Onde está a origem de…

  • Eudoro de Sousa respondendo a interlocutor sobre sua “leitura” de Parmênides afirma: …uma inclinação, que sempre foi minha, para mais relevar o que aproxima, do que chamar a atenção, com repicar de sinos ou bramidos de trompas, para o que separa e opõe os filósofos que leio e medito. Talvez seja este, outro aspecto da…

  • 7- Por ello dice Platón cuando refiere el nacimiento de Eros: “Poros, embriagado de néctar, porque entonces no se bebía vino”1, lo cual quiere decir que Eros nació antes que las cosas sensibles y que Penia participa de una naturaleza inteligible, pero no de una imagen o de una aparición que provenga del mundo inteligible,…

  • 9- Poros es la razón que proviene de los seres inteligibles y de la inteligencia. Cuando esta razón se derrama y se despliega, llega hasta el alma y asienta en ella. Porque, en tanto se halla en la inteligencia permanece encerrada en sí misma y sin admitir nada extraño; con Poros borracho, su plenitud le…

  • 2. A queda. — É muito difícil saber qual é a natureza da alma, mas podemos, diz Platão (Fedro, 246 a), dar dela uma imagem. As almas são um carro celeste em que um cocheiro comanda os cavalos. Os cavalos das almas divinas são cavalos robustos e obedientes; o carro alado das almas humanas é…

  • 3. A natureza da alma. — O Fedro, acabamos de o ver, comparou a alma com um carro alado, com um cocheiro e dois cavalos; uma passagem do texto, que segue de perto tanto este como a narrativa do episódio da queda, traz-nos pormenores acerca desse carro. O primeiro dos cavalos (cf. 253 d e…

  • 4. A escatologia. — Já encontramos um mito escatológico no Fédon, associamo-lo aos mitos do cosmo porque estava junto com uma descrição das três terras, acabando numa topologia das moradas subterrâneas onde são julgadas as almas. Encontram-se outros mitos escatológicos na obra de Platão; todos os temas da metempsicose, tão apreciados pelos mistérios e pelos…

  • a) O mito do inferno no «Górgias» (523 a e seg.): Na época de Crono e no início do reino de Zeus eram os próprios vivos que julgavam os vivos antes da sua morte e davam a sua sentença no dia em que estes morressem. Mas os juízos eram mal dados e as ilhas Afortunadas…

  • b) O mito de Er, o Panfílio: no livro X da República (614 a), Platão expõe um mito acerca da escolha dos gêneros de vida, mito que retoma o tema da metempsicose assim como os do Fedro (248 c) e do Fédon (80 e); mas aqui é o problema da liberdade que é discutido e…

  • c) O «Fédon» e a metempsicose (80 e): Uma tradição órfico-pitagórica inspirou provavelmente este mito. As almas puras vão, depois da sua morte, passar o resto do tempo na companhia dos deuses; mas as almas impuras, pesarosas pelo corpo com o qual partilharam a sua existência ao serem escravas das exigências deste, vagueiam até ao…

  • d) O «Mênon» e a reminiscência: É neste texto (e no Fedro, 249 c) que surge mais nitidamente o ponto para o qual convergem os diferentes mitos de Platão. A teoria da reminiscência que nele se desenvolve implica efetivamente, ao mesmo tempo, uma metempsicose que coroa uma escatologia ético-religiosa e uma teoria do saber que…

  • Só para desentranhar todas as implicações destas poucas páginas da República (v. Republica-VI), necessário seria escrever um livro inteiro. Supondo que não nos tenhamos omitido de ler com a devida atenção nenhum dos mais importantes comentários que constam da bibliografia especializada, digamos, para começar, que só nos ocorre uma excepção (Fergusson) ao quase unânime parecer…

  • Nada nos constrange a desistir, por tão óbvia que é, de pensar na extrema complexidade da religião grega. Nem é de estranhar que o seja, onde não existe teologia salvaguardada por uma tradição expressa em documentos escritos, expurgados de toda e qualquer excessividade agressiva, de encontro a um só «Corpo Místico». Na Grécia, nunca houve…