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aura

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

A aura? designa a luz? que rodeia a cabeça dos seres solares, i. e., dotados da luz divina. Materializada como auréola ou nimbo, em volta de cabeças ou de corpos, ela simboliza glória para o ser? em sua totalidade. A aura é, pois, comparável a uma espessa nuvem luminosa: suas colorações são variadas. A forma? ovóide da aura relaciona-a com a amêndoa mística, com a mandorla e com o ovo? áurico. For vezes, a aura e o nimbo (ou a auréola) se confundem em consequência de seu caráter análogo. A luz é sempre um sinal? divino? de sacralização. As religiões de luz, os cultos do Sol? e do fogo? encontram-se na origem? dessa importância dada à aura (COLN). [DSJCAG  ]


Trata-se de considerações que fiz sobre a essência da aura. Tudo o que eu disse entrava vivamente em polêmica com os teósofos, cuja inexperiência e ignorância eu achava chocante. Apresentei – certamente sem grande esquematização – a autêntica aura a partir de três pontos de vista, em oposição às ideias convencionais e banais dos teósofos. Primeiro, a autêntica aura manifesta-se em todas as coisas?, e não apenas em algumas, como em geral? se pensa. Segundo, a aura transforma-se totalmente com cada movimento? do objeto? dessa aura. Terceiro, a aura de modo? nenhum é aquele feixe mágico e impecável de luz espiritual que aparece nas imagens e descrições da literatura mística vulgar. Pelo contrário, o que caracteriza a aura é o ornamento, um envolvimento ornamental no qual a coisa? ou o ser estão mergulhados como num estojo. Talvez nada? dê uma ideia? tão autêntica da aura como os quadros tardios de van Gogh, nos quais – poderiam descrever-se assim esses quadros – a aura é parte integrante da pintura de todos os objetos. [BENJAMIN, Walter. Imagens de pensamento? / Sobre o haxixe e outras drogas. Tr. João Barrento. Belo Horizonte?: Autêntica Editora, 2013]
O que entrou na arena do nosso coração dilacerado e pronto para a gargalhada? Dois irmãos gêmeos entraram. São indistinguíveis. Abraçam-se como para fundir-se. Abraçam-se para se beijarem, ou para se estrangularem? Não o sabemos. Ambos se calam. Nunca falarão, não adianta perguntar-lhes. Ambos sorriem. Nunca saberemos porque o fazem. Quiçá sorriem de nós, ou um do outro? Há uma aura de luz em torno de ambos. É a aura do sacro. E essa aura de luz, que é a luminosidade dos céus e o fogo do inferno, essa aura é a única luz que nos ilumina. Essa luz é a nossa fonte? e a nossa meta. Ela nos aquece e queima. Nela existimos e nela estamos sendo aniquilados. Essa luz é tudo e nada. É a luz sagrada da absurdidade. [FLUSSER  , Vilém. História do Diabo?. Rev. Gustavo Bernardo. São Paulo: Annablume, 2006, p. 211]