Página inicial > Palavras-chave > Simbolismo - Personagens, Lugares... > helios / ἥλιος / Ἥλιος / Helius / sura / aditya / the sun / el sol / le (…)

helios / ἥλιος / Ἥλιος / Helius / sura / aditya / the sun / el sol / le soleil / o sol / Heliades / Filhas do Sol / Sol Supernal

  

SOL: Fogo celeste (Ἥλιος), o único que os homens podem ver, do dia até a noite: astro que faz aparecer o dia, vivente eterno, animado, o maior de todos. [Platão]


AKC (sol-portal)

Por exemplo, "as coisas que pertencem ao estado de glória não estão sob o sol" (Santo Tomás de Aquino   em Sum. Theol. III, Supl. q.I, a.I), isto é, não o são em nenhum modo de tempo ou de espaço; podemos dizer antes que "é através do centro do Sol que se foge completamente" (atimucyate, Jaiminiya Upanixade   Brahmana 1.3), onde o sol é "a porta dos mundos" (loka-dvara), (Chandogya   Upanixade, VIII.6.6); ou, segundo Eckhart  , a "porta pela qual todas as coisas voltam à sua felicidade suprema, perfeitamente livres (purnananda). . . livres como a Entidade Suprema na sua não existência" (asat), a "Porta" do papa João X, a "porta do Céu que Agnis abre" ou [...] (Aitareya Brahmana  , III.42). É verdade que também aqui vamos encontrar entre a formulação religiosa e a formulação metafísica uma certa distinção que não é de modo nenhum desprezível. Como já vimos, a concepção religiosa da felicidade suprema culmina com a assimilação da alma na Divindade em atos, sendo o ato da própria alma um ato mais de adoração do que de união. Do mesmo modo, e sem incoerência, tendo em vista que supostamente a alma do indivíduo permanece numericamente distinta tanto de Deus como de outras substâncias, a religião oferece à consciência mortal a promessa consoladora de encontrar lá no Céu não somente Deus como todos que ela amou na terra, todos que consegue reconhecer e de quem consegue se lembrar. [AKCcivi]

AKC (sol-visão)

«El cuerpo del Sol todos lo ven, su alma nadie. Y lo mismo es verdadero del alma de todo otro cuerpo... que abarca todos los sentidos del cuerpo, pero que solo es cognoscible por la mente... el Alma (como auriga) conduce al Sol... (y) nos lleva por todas las vías», Platón, Leyes 898D-899A; cf. Atharva Veda Samhita X.8.14, «A Él, todos Le ven con el ojo, pero no todos Le conocen con la mente»; y para el «carro» (el vehículo corporal), ver Maitri Upanishad   II.6, etc. [AKCMeta  :Nota]


“O que observa os feitos, a ação, ou seja, o sol”. Vemos claramente aqui que foi suposta uma derivação de cayita de cay (ver ou observar), como também está implícito o “vigilante”, de Griffiths. De modo algum propomos excluir esta conotação, mas não achamos bom usar numa tradução uma conotação em lugar da designação real. Notamos que krta e karma dificilmente podem ser sinônimos; e dificilmente se pode esperar uma tautologia (jamitva) no Yaska. Sem dúvida o Sol é o observador de tudo que é feito na casa do universo, mas isso ocorre porque o Sol também se desloca no universo; esse movimento não é uma locomoção, é um movimento feito pelos raios ou linhas de visão do Sol, que também recebem o nome de “pés” solares. O que está afirmado em carsanih não é a visão, é o movimento. Essas considerações nos levaram a supor que aqui temos algo a ver com o sandhi, que nem sempre foi levado em conta, e propor a análise ca-ayita, considerando ayita o nominativo de uma palavra agente derivada de e (ir); em consequência disso temos “o movimentador do ato aperfeiçoado (krta) e da ação (karma)” e nesse caso o Sol é a causa universal da libertação e da corporificação simultaneamente, como se vê em Maitri Upanixade VI.30: sarga-svargapavarga-hetur-bhagavadityah. Se de fato com isso Yaska está usando o causativo ayita, deve ter em mente que o que se movimenta para dentro também é o que faz o movimento. E o karta também é o karayita. De qualquer modo, o Sol é de todos os modos o “autor” final de todas as coisas: “Do que ‘eu’ fiz, Tu és o autor” (tad akaravam ... tasya karta’si, Jaiminiya Upanixade Brahmana 1.5.2). E como Ele é o autor? “Sendo Eu o Olho, todas as coisas são feitas” (maya caksusa karmani kriyante, Jaiminiya Upanixade Brahmana IV. 12.2). [AKCcivi:Nota]

AKC (Sol Supernal)

É claro que neste contexto não é o sol físico que precisa ser entendido, é o Sol pneumático (de Rg Veda 1.115,1; Brahma, Prana etc); não se quer indicar o sol "que todos os homens veem", e sim o Sol "que nem todos veem com a mente" (Atharva Veda Samhita X.8.14), o "Sol do sol" do Mahabharata V.46.3, isto é, Apolo diferenciado de Hélios (Plutarco  , Mor., 393D, 400C,D), sendo este último o que Platão denomina "Deus visível" e o Sol imanente, o nosso Eu verdadeiro (atman) expressamente invisível.

Em todos estes contextos, o "Sol" é o "Sol Supernal" de Dante  , o "Sol Inteligente" de Fílon   (noetos helios), e o "brilho arquetípico" e "Divindade Luciferina" que emana inúmeros Raios que só são percebidos pelo intelecto, e nunca pelos sentidos (De cher. XXVIII.97; De ebrietate XI.44). [AKCcivi:Nota:77]

AKC (sol som)

Em geral considera-se que o Sol “observa” como um olho e “viaja” com os “raios” (que também são chamados “pés”); nesse sentido “continua vendo tudo” (abhicaksana eti, Rg Veda II.40.5). Mais ou menos do mesmo modo temos a palavra “alcance”, que pode ser usada no sentido de visão ou de locomoção; e também dizemos que os olhos “percorrem” a paisagem ou “viajam” pela paisagem, por exemplo.

Podemos acrescentar um paralelo interessante: todos sabem que “o Sol é apenas som”; por isso dizer que “vai ressoando” (svara eti, Jaiminiya Upanixade Brahmana III.33). Do mesmo modo, Mitra “fala” (bruvanah, Rg Veda III.59,1. etc). Ao mesmo tempo, o Sol é sempre um “olho”. Com isso podemos entender muito bem como a raiz caks pode indicar um dos dois sentidos, “ver” ou “falar”, do mesmo modo que a palavra “observar” pode ter um desses sentidos ou ambos. Para uma análise mais detalhada veja o meu artigo “Beauté, Lumière et Son” em Études Traditionelles 42, 1937 [veja o Capítulo 4 deste livro], onde poderíamos ter falado de uma identidade entre Beleza, Luz, Som e Movimento in divinis. [AKCcivi:Nota]

Pierre Gordon

Segundo Pierre Gordon  , o Sol foi um ser humano, identificado à substância transcendente do astro; por exemplo, descia por vezes à terra sob a forma de um belo homem, para ensinar a agricultura. Sua função iniciática foi, em geral, aquela de um Liberador: donde seu caráter benfazejo. Existe pelo menso algumas exceções. No celtas, nos ameríndios, o sol teve à vezes, o caráter de ogro, devorando seus filhos: o que atesta um antigo emprego como Caçador e Digestor.

Roberto Pla

A certa simbologia solar não é alheio o evangelho em alguns de seus colocações e como prova está o título de "Sol de justiça" que se aplica a Cristo nas festas litúrgicas da Natividade e da Epifania. Mas isto é um título messiânico, que requer a vinda prévia — restauração e assunção — de Elias, precursor "gêmeo" de João Batista e está apropriado de Malaquias quando diz: "Para vós... brilhará o Sol de justiça, com a salvação de seus raios" (Ml 3,20; Justiça tem aqui o sentido de "restauração" triunfal, vitoriosa).

Mas o símbolo solar empregado pela hermenêutica dos evangelistas não tem só um sentido astronômico e há que vê-lo, sobretudo, como uma expressão de antropologia religiosa. [breve 7242]

Séverin Batfroi

Domingo de Ramos: Destaca-se deste relato evangélico um símbolo fundamental, ao qual está associado o caráter solar do Cristo. Sim, seguramente o Verbo encarnando era o sol dos homens, como o ouro, no reino mineral, é o sol dos metais. Em virtude desta correspondência transcendente, verdadeira chave da harmonia divina, pode-se facilmente reencontrar as diferentes manifestações do Espírito no cosmo, em seguida, por degradação, ou ainda melhor, por especificação seus homólogos terrestres. O astro diurno, dispensador deste dinamismo vital ao qual o mundo sublunar deve sua existência, corresponde bem, no reino animal, a este potente felino cuja juba nos deixa lembrar a radiação benfazeja e indispensável. Estas analogias se encontram em todos os níveis, e em cada uma das células do microcosmo, paradigma do macrocosmo. Hermes Trismegisto resumiu estas considerações e as consignou em uma só frase, que se tornou célebre, que agora será mais fácil de compreender: «O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima, para que sejam feitos os milagres da única coisa». [ALQUIMIA E REVELAÇÃO CRISTÃ]