Filosofia – Pensadores e Obras

Peirce

Peirce, Charles Sanders — Nascido em 1839 e falecido em 1914 nos Estados Unidos, Charles Sanders Peirce era filho de um matemático de Harvard, Benjamim Peirce. Formou-se por Harvard em 1859, e, tendo recebido o mestrado em química, trabalhou por trinta anos como físico e astrônomo para uma agência especializada do governo americano, tendo efetuado muitas pesquisas de importância nas duas áreas. Colaborou com seu pai em muitos artigos para revistas matemáticas, e em especial interessou-se pelo desenvolvimento da lógica simbólica que então surgia com os trabalhos de Augustus de Morgan e George Boole. De 1879 a 1884 lecionou na John Hopkins University, ao lado de personalidades como Lord Kelvin e William James; e enquanto lá Peirce lecionava Lógica, doutoraram-se por John Hopkins John Dewey, Josiah Royce e Thornstein Veblen. O difícil gênio de Peirce não lhe permitiu ser reconduzido à cadeira após os cinco anos de docência, e problemas familiares — entre os quais seu divórcio e novo casamento — bloquearam-lhe o acesso a Harvard, apesar dos esforços feitos em seu favor por William James. De 1900 até sua morte, Peirce viveu em grande penúria, não havendo nem mesmo dinheiro suficiente para o seu enterro. As obras de Peirce, dispersas em papers isolados, não foram até hoje totalmente publicadas, apesar de sua edição haver sido iniciada em 1931.

Peirce é reconhecido como lógico, como um dos que participaram do movimento pragmatista e como um dos fundadores da teoria dos signos. Destaca-se sua muito famosa correspondência com Lady Welby, dama de companhia da Rainha Vitória, a esse respeito, (v. ícone). [DCC]


Peirce, Charles Sanders (1839-1914) Filósofo norte-americano, de formação científica (físico e químico), criador do pragmatismo, escreveu inúmeros trabalhos de lógica, metafísica, teoria do conhecimento e filosofia da ciência, publicados principalmente em periódicos e reunidos postumamente nos Collected Papers (1931-1958). Estudou na Universidade de Harvard. onde foi professor por um curto período (1869-1870), tendo depois ensinado na Universidade Johns Hopkins (1879-1884). Sua produção teórica, muito dispersa, ocorreu, entretanto, essencialmente à margem de sua atividade acadêmica. Peirce concebe o pragmatismo como um método para estabelecer o significado dos conceitos a partir dos efeitos práticos de seu uso concreto.

Desenvolveu, nessa linha, uma teoria consensual de verdade, que seria o acordo a que chegariam os cientistas após o exame de suas hipóteses. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da lógica matemática contemporânea e para a discussão da importância da probabilidade e do método indutivo na ciência. Peirce também de grande importância sua teoria dos signos, que propõe distinções entre ícones, signos que guardam uma semelhança com o objeto representado; índices, que indicam o objeto representado; e símbolos, que são convencionais e supõem uma regra de uso para sua aplicação. Esta teoria constitui uma das bases da “semiótica contemporânea. [DBF]