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Ceticismo

domingo 1º de setembro de 2024

  

É, sobretudo na Antiguidade que o ceticismo pode ser encontrado. Seu fundador é Pirro de Élis (360-270 a.C.). Segundo ele, não ocorre contato entre sujeito e objeto.

A apreensão do objeto é vedada à consciência cognoscente. Não há conhecimento. De dois juízos contraditórios, um é exatamente tão verdadeiro quanto o outro. Isso representa uma negação das leis lógicas do pensamento, em especial do princípio de contradição. Como não há juízo ou conhecimento verdadeiro, Pirro recomenda a suspensão do juízo, a epokhé.

Não tão radical quanto este ceticismo antigo ou pirrônico é o ceticismo médio ou acadêmico de Arcesilau (241 a.C.) e Carnéades (129 a.C.). Um conhecimento no sentido estrito, segundo eles, é impossível. Sendo assim, não devo mais dizer que esta ou aquela proposição é verdadeira, mas sim que parece ser verdadeira, que é verossímil.

Portanto, não há certeza no sentido estrito, mas apenas verossimilhança. Este ceticismo médio distingue-se do antigo exatamente por estabelecer a possibilidade de se chegar a uma opinião verossímil.

O ceticismo mais recente, cujos principais representantes são Enesidemo (séc. I a.C.) e Sexto Empírico (séc. II d.C.), envereda novamente pelo caminho do ceticismo pirrônico.

O ceticismo também pode ser encontrado na filosofia moderna. O que encontramos aqui, porém, é um ceticismo mais específico e não aquele outro, radical e absoluto.

No filósofo francês Montaigne   (1592), deparamos com um ceticismo, sobretudo ético; em Hume  , com um ceticismo metafísico. Em Bayle tampouco encontraremos um ceticismo no sentido de Pirro, mas, no máximo, no sentido do ceticismo médio. Em Descartes  , que proclama os direitos da dúvida metódica, temos um ceticismo metódico e não de princípio.