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Giacóia (2021:61-62) – instinto e pulsão
terça-feira 27 de fevereiro de 2024, por
“Falo de instinto quando algum juízo (gosto [Geschmack] em seu mais baixo degrau) é incorporado (einverleibt); de modo que ele agora excita espontaneamente a si mesmo, e não precisa mais esperar por estímulos. Ele tem seu crescimento por si, e por consequência também seu senso de atividade (Thätigkeits-Sinn) impelindo para fora. Estágio intermediário: o semi-instinto, que só reage a estímulos, e além disso é morto”. [1]
Nietzsche tem em vista, portanto, um campo semântico muito amplo, no interior de sua concepção própria de instinto tanto se aproxima quanto se distancia da acepção etimológica original do termo — derivado do latim instinctus — us; instinguere, no sentido de excitar, instigar. Stricto sensu, instintos são impulsos ou tendências que, nos [61] homens e nos animais, provocam ações ou comportamentos consistentes em respostas ou reações substancialmente fixas e imediatas a determinadas situações. Nos seres humanos, em particular, instintos são propensões naturais que, independentemente da razão, impelem os indivíduos a realizar certos atos ou a seguir determinados comportamentos próprios de sua própria espécie, e, eventualmente, comuns a outras espécies: p. ex.: instinto de conservação; instinto sexual. Lato sensu, instinto designa a inclinação ou disposição de ânimo estável, a índole ou o temperamento, a natureza particular de um indivíduo.
Ver online : Oswaldo Giacóia Jr.
GIACÓIA Jr., Oswaldo. Ressentimento e Vontade. Para uma Fisio-Psicologia do Ressentimento em Nietzsche. Rio de Janeiro: Via Verita, 2021
[1] Nietzsche, F. Fragmento inédito n° 11 [164], da primavera — outono de 1881. In: KSA, op. cit., vol. 9, p. 505.