(in. Mood; fr. Humeur; al. Stimmung; it. Umoré).
Estado emotivo que não tem objeto, ou cujo objeto é indeterminável, distinguindo-se, assim, da emoção propriamente dita. Esta distinção foi proposta por W. Cerf. (“Humores e emoções na arte”, em Rivista di Filosofia, 1954, pp. 363 ss.) e parece oportuna para identificar, na vasta gama dos estados emocionais, os que recebem o nome de humor. O humor não tem objeto intencional no sentido de que não existe um humor de…, assim como existe um medo de… ou alegria de… etc. Tem causa ou razão, mas não se refere a um objeto em particular e não constitui advertência quanto ao valor biológico de uma situação. Nesse sentido, Cerf afirmou que na arte não existem emoções, mas apenas humores.
Heidegger chamou a atenção para o significado existencial dos humores: “O fato de os humores poderem transformar-se ou deteriorar-se significa somente que o ser-aí está sempre num estado emocional.” O humor fundamental é o tédio, “o peso do ser”. Mas, em qualquer caso, o humor é aquilo que torna manifesto “como alguém é e se torna” (Sein und Zeit, § 29). [Abbagnano]