Filosofia – Pensadores e Obras

espírito nacional

(in. National spirit; fr. Esprit d’une nation; al. Volksgeist; it. Spirito nazionale).

Conceito introduzido por Montesquieu, que exprime o caráter fundamental da nação enquanto resultante de uma multiplicidade de fatores. Diz Montesquieu: “Muitas coisas conduzem os homens: o clima, a religião, as leis, os princípios de governo, as tradições, os costumes, os usos; a partir daí se forma o espírito nacional geral, que é seu resultado” (Esprit des lois, 1748, XIX, 4). Em outro trecho, Montesquieu chama o espírito nacional nacional de “alma universal’’ (Mélanges inéríits, p. 160), mas, em todo caso, estava bem longe de transformar esse conceito numa realidade em si. Esse passo foi dado por Hegel, que concebeu o espírito nacional nacional como o verdadeiro sujeito da história: “O espírito nacional da história é um indivíduo de natureza universal mas determinado: em geral, uma nação; o espírito nacional de que tratamos é o espírito nacional da nação. Os espírito nacional das nações distinguem-se conforme a ideia que fazem de si mesmos, conforme a superficialidade ou a profundidade com que compreenderam e aprofundaram o que é o espírito nacional” (Pbilosophie der Geschichte, ed. Lasson, p. 36; trad. it., I, p. 43). Periodicamente, determinado espírito nacional nacional assume o papel de “espírito nacional do mundo” (Weltgeist), de guia e sujeito único da história. “O Weltgeist é o espírito nacional do mundo, tal como ocorre na consciência humana; os homens estão para ele como as realidades singulares estão para a totalidade que as consubstancia. E esse espírito nacional do mundo conforma-se ao espírito nacional divino, que é o espírito nacional absoluto. Assim como Deus é onipresente, está em todos os homens, aparece na consciência de cada um, isso é o espírito nacional do mundo” (Ibid., p. 37; trad. it., p. 44). A noção de espírito nacional do mundo foi muito repetida e em geral se encontra em todas as concepções providencialistas de história. [Abbagnano]