Filosofia – Pensadores e Obras

desordem

(gr. akosmia; in. disorder; fr. désordre; al. Unordnung it. disordiné).

Numa análise célebre (Évol. créatr., cap. III), Bergson mostrou o caráter e a função positiva da noção de desordem. Ela não exprime a ausência absoluta de ordem, mas só a ausência da ordem procurada e a presença de uma ordem diferente (do mesmo modo como se diz “Não há versos” quando se procuram versos e se encontra prosa). Bergson reduz a dois os tipos fundamentais de ordem, que, substituindo-se um ao outro, levam a falar de D.; são eles o geométrico e o vital: “Dos fenômenos astronômicos dir-se-á que manifestam uma ordem admirável, entendendo com isso que podemos prevê-los matematicamente. E encontrar-se-á ordem não menos admirável numa sinfonia de Beethoven, que é genialidade, originalidade e, consequentemente, a própria imprevisibilidade” (Ibid., 8a ed., 1911, p. 244) (v. ordem). [Abbagnano]