A indução consiste, assim, em se atingir, a partir da constatação de um certo número de fatos singulares, a uma afirmação universal correspondente. Sob o ponto de vista prático, o que dificulta é poder discernir quando a enumeração será suficiente para que se possa, com garantias convenientes, proceder à inferência do universal. Em princípio, é quando a ligação ou a causa procurada tiver sido constatada em uma suficientemente grande variedade de casos. Os métodos da indução não terão outro objeto senão o de variar, de maneira calculada, o conjunto das condições nas quais um fenômeno se reproduz ou não, para autorizar induções válidas com o máximo de segurança. Observe-se que esses métodos não constituem o próprio processo lógico da indução; eles apenas o preparam e o garantem, protegendo-o das causas de erro Não mais que a própria indução, esses métodos não nos farão, portanto, ver com necessidade o termo inferido; eles não poderão senão aumentar a probabilidade da conclusão.
O objetivo visado pelo método indutivo não é exatamente o mesmo entre os antigos e entre os modernos. Em filosofia aristotélica pretendia-se chegar às formas, quer dizer, às definições essenciais; os modernos não têm habitualmente outras ambições senão determinar leis ou ligações constantes. Essa diferença é considerável sob o ponto de vista dos resultados efetivos, mas não atinge senão indiretamente as considerações metódicas, de sorte que se pode muito bem adotar as teorias mais modernas em lógica aristotélica. É isso que parece nos autorizar uma ampliação aqui, de nosso horizonte habitual, dando, ao lado das concepções de Aristóteles, aquelas, tornadas clássicas, de Francis Bacon e de Stuart Mill. [Gardeil]