Aceita pelo Concílio de Trento (1546) como o único texto latino autêntico das Escrituras, a Vulgata — assim chamada por ser a versão em uso mais comum (vulgus) no Ocidente durante toda a Idade Média — baseou-se essencialmente na obra de São Jerônimo (c. 342-420). Jerônimo foi instruído em 383 pelo papa Dâmaso para rever o Novo Testamento latino usando os modelos gregos. No final da década de 380, ele retirou-se para uma caverna perto de Belém e traduziu a maior parte do Antigo Testamento diretamente do hebraico. No decorrer do século VI, sua obra, em conjunto com o Saltério galicano, foi reunida num só livro, a Vulgata. Foram feitas revisões, sobretudo por Alcuíno e Teodulfo de Orléans, no século VIII e começos do século IX, na corte de Carlos Magno. Humanistas da Universidade de Paris tentaram uma padronização maior do texto nos séculos XII e XIII. A força da latinidade e a integridade do texto ajudaram a garantir o contínuo vigor do latim como língua erudita mais ou menos universal em todo o Ocidente durante a Idade Média. Ver Anselmo de Laon [DIM]