Filosofia – Pensadores e Obras

albigenses

Seita herética baseada em crenças cátaras. Teve seu início por volta de 1144, perto da cidade de Albi, no sul da França, devendo seu êxito ao apoio da nobreza e à vida ascética levada pelos perfecti, a qual estava em contraste flagrante com o mundanismo do clero local. A seita era suficientemente poderosa para realizar em 1167 o seu próprio sínodo em Saint-Félix-de-Caraman, nos arredores de Toulouse.

No começo, a Igreja tentou combater a propagação da refinada heresia cátara pela persuasão. Foram inúteis os esforços de São Bernardo, em 1147, para reconvertê-los, e Inocêncio III enviou pregadores ao Languedoc em 1198 e 1203 mas sem obter o menor êxito.

Em 1208, o legado papal Pierre de Castelnau foi assassinado, o que levou Inocêncio III a desencadear a Cruzada contra os albigenses. A estratégia papal consistiu em transferir a propriedade da terra das mãos de simpatizantes cátaros para senhores ortodoxos, que ajudariam na repressão da heresia. Embora o conde Raimundo de Toulouse, o principal patrocinador cátaro, se retratasse rapidamente, os cruzados famintos de terras, comandados por Simon de Montfort, o Velho, não se detiveram e deram início a massacres e incêndios em massa, devastando Béziers e Carcassonne. Tais ações puseram fim às esperanças papais de que os cátaros abjurassem o credo maniqueísta e aceitassem de novo o catolicismo.

A vitória decisiva dos cruzados em Muret (1213) eliminou o apoio da nobreza aos cátaros, e em 1226 a região já se encontrava sob o efetivo controle da Coroa francesa, embora só depois do horrendo massacre em Montségur (1244) a seita fosse substancialmente eliminada e forçada à clandestinidade. Indícios de ressurgimento esporádico da heresia foram assinalados durante todo o período final da Idade Média, apesar dos instrumentos repressivos da Inquisição. Ver cátaros; heresia [DIM]