Mersenne, Marin (1588-1648) Enorme foi a importância do padre Mersenne (pertencia à Ordem dos Mínimos) para a filosofia na primeira metade do séc. XVII. Na França, onde nasceu, tornou-se uma espécie de “caixa de ressonância” dos saberes filosófico, científico e teológico. Na cela de seu convento, reuniam-se os grandes sábios da época. Correspondente e confidente privilegiado de Descartes, contribuiu decisivamente para a difusão das ideias cartesianas, sobretudo ao reunir as “Objeções” às Meditações metafísicas de Descartes. Além de combater incessantemente o ceticismo pirronista e a impiedade dos deístas, ateus e libertinos, Mersenne foi um dos fundadores e impulsiona-dores da filosofia mecanicista. Para ele, o mecanicismo, filosofia da nova ciência, não se opõe à verdadeira religião. Pelo contrário, vem apoiá-la. Porque o conhecimento da grande máquina do mundo constitui o conhecimento mesmo da ordem instituída por Deus mediante leis. Suas obras principais são: A impiedade dos deístas, dos ateus e dos mais sutis libertinos, 2 vols. (1624), A verdade das ciências contra os céticos e os pirronistas (1625), Harmonia universal (1836). [DBF]