(in. Profound, Deep; fr. Profond; al. Tief; it. Profondo).
O que possui significado oculto e inexprimível. Esse termo adquiriu significado técnico na filosofia e na psicologia contemporânea para indicar aquilo que fica fora ca formulação explícita dos problemas, constituindo uma esfera que pode ser “sentida” ou “intuída” de alguma maneira, portanto interpretada ou expressa metaforicamente; indica também aquilo que, em algum campo de indagação, foge ao alcance de seus procedimentos, mas manifesta sua presença de modo obscuro. Já Husserl opunha-se à noção de profundo em filosofia: “A ciência propriamente dita, em tudo o que abrange a sua doutrina autêntica, não conhece sentido profundo. Cada momento de uma ciência perfeita é um todo de elementos de pensamentos, cada um deles compreendido imediatamente, portanto sem sentido profundo” (Phil. als strenge Wissenschaft, 1910, no fim, trad. it., p. 81). Hoje, a noção de profundo prevalece principalmente em certas correntes psicológicas e antropológicas, como a psicanálise, o intuicionismo, o existencialismo, mas, apesar da riqueza de análises a que deu origem, já começa a suscitar reações críticas salutares. “As psicologias abissais” — escreveu Y. Belaval — “e as filosofias que nelas se inspiram não criaram novos fenômenos: supuseram processos e intenções ocultas, propuseram novas ideias sobre o homem, mas essas hipóteses ou ideias sempre deixam de ser formuladas na língua dos conhecimentos progressivos em que cada palavra designa univocamente um fenômeno determinado, e cada regra de sintaxe uma operação técnica precisa” (Les conduites d’échec, 1953, p. 274). [Abbagnano]