caráter daquilo que depende de uma outra coisa. — A teoria segundo a qual nada é absolutamente verdadeiro e depende, como os gostos e as cores, da individualidade de cada um, ou do ponto de vista em que alguém se coloque, denomina-se relativismo. Seu princípio foi formulado na Antiguidade por Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”, isto é, nada é verdadeiro senão em relação a nós. O relativismo conduz, no que concerne ao conhecimento, ao ceticismo; na moral, engendra o conformismo; na religião, a tolerância. — A teoria científica da relatividade nada tem a ver com uma teoria filosófica da relatividade do conhecimento humano; é uma interpreta-, ção dos fenômenos do universo (e não do conhecimento do homem) que: 1.° estabelece a correlação entre as observações feitas por grupos de observadores em movimento de translação uniformemente acelerado, pois a expansão de nosso universo é uniformemente acelerada, e as observações feitas em cada momento, em cada época, devem poder corresponderem-se; 2.° é então levada a fazer com que o escoamento do tempo dependa dos movimentos recíprocos dos corpos; um corpo que se deslocasse no espaço a 300.000 km/s seria considerado fora do tempo. A relatividade significa, mais exatamente, que o tempo é relativo ao movimento. A teoria da relatividade não tem nenhum sentido além desse significado muito especial; não se pode tirar daí nenhuma conclusão filosófica sobre a natureza do conhecimento humano e a impotência dos homens em conhecer o verdadeiro: a teoria da relatividade apresenta-se como uma teoria “verdadeira”. (V. Einstein.) [Larousse]