Filosofia – Pensadores e Obras

maniqueísmo

(in. Manicheism; fr. Manichéisme, al. Manichäismus; it. Manicheismo).

Doutrina do sacerdote persa Mani (lat. Manichaeus), que viveu no séc. III e proclamou-se o Paracleto, aquele que devia conduzir a doutrina cristã à perfeição. O maniqueísmo é uma mistura imaginosa de elementos gnósticos, cristãos e orientais, sobre as bases do dualismo da religião de Zoroastro. Admite dois princípios: um do bem, ou princípio da luz, e outro do mal, ou princípio das trevas. No homem, esses dois princípios são representados por duas almas: a corpórea, que é a do mal, e a luminosa, que é a do bem. Pode-se chegar ao predomínio da alma luminosa através de uma ascese particular, que consiste em três selos: abstenção de alimentar-se de carne e de manter conversas impuras (signaculum oris); abstenção da propriedade e do trabalho (signaculum manus); abster-se do casamento e do concubinato (signaculum sinus). O maniqueísmo foi muito difundido no Oriente e no Ocidente; aqui durou até o séc. VII. O grande adversário do maniqueísmo foi S. Agostinho, que dedicou grande número de obras à sua refutação. Cf. H. C. Puech, Le manichéisme. son fondateur, sa doctrine, Paris, 1949. [Abbagnano]


Toda doutrina filosófica que admite dois princípios ativos do universo, o do bem e o do mal. — O termo vem de Maniqueu (ou Manes), filósofo persa do séc. III que tentou conciliar o cristianismo e o dualismo da antiga religião de Zoroastro: o maniqueísmo pretendia-se uma religião universal. Espalhou-se pelo Oriente, na Pérsia, Índia, China, no Tibete e no Turquestão, onde era florescente ainda no séc. XI. Manifestou-se na Europa — inicialmente na Espanha — a partir do séc. VI. [Larousse]