tempo disponível fora do trabalho, das ocupações habituais. — O problema dos lazeres necessários coloca-se a partir da Revolução Francesa: desde a supressão das corporações (que impunham a seus membros regras limitando o trabalho) e das festas religiosas; e desde que a livre discussão entre patrões e operários preside à determinação das condições de trabalho. A consequência disso foi o desaparecimento quase que total de qualquer lazer para as classes menos privilegiadas. O maquinismo, o desejo desenfreado de produzir, a concorrência impuseram um ritmo de trabalho, não deixando lugar ao lazer e sim, apenas, ao repouso fisiológico. Entretanto, a divisão do trabalho, a monotonia das tarefas parcelares têm um efeito desmoralizante inegável. O lazer torna-se então necessário, essencial ao equilíbrio dos homens, que buscam, como demonstrou Friedmann, realizar nos lazeres toda uma parte deles próprios que não podem encaixar em sua vida profissional. Certos sociólogos têm mesmo sublinhado que o lazer estaria sendo levado a tomar o lugar do trabalho no caminho do pleno desenvolvimento humano, ao ponto em que as atividades consideradas como secundárias poderiam tornar-se essenciais. Na França, o objetivo da Direction des arts et des lettres no ministère des Affaires culturelles e do haut-comissariat à la Jeunesse et aux Sports é de promover as melhores formas de lazeres, capazes de elevar a cultura dos homens ou regenerá-los fisicamente. [Larousse]