Filosofia – Pensadores e Obras

Diderot

DIDEROT (Denis), filósofo francês (Langres 1713 — Paris 1784). Após estudos com os jesuítas e depois no colégio Louis-le-Grand, em Paris, renuncia a qualquer profissão regular e leva uma vida de cigano; vive de traduções e casa-se com uma fabricante de roupa branca (Anne Toinette Champion) em 1743. Sua notoriedade data do momento em que começa a publicar a Enciclopédia (1750), cuja direção lhe fora confiada pelo livreiro Le Breton; essa imensa tarefa é a obra de sua vida e absorve quase toda a sua atividade até 1772. Desde 1746, lança-se na luta filosófica com os Pensamentos filosóficos, onde ataca o cristianismo e milita em favor de uma “religião natural” ao coração, que opõe à “religião revelada”. A Carta sobre os cegos para uso daqueles que enxergam (1749), onde afirma seu ceticismo e orienta-se para o materialismo, lhe vale três meses de prisão em Vincennes. Desde então, Diderot passa a escrever muito e publicar pouco. Com uma inteligência muito viva mas muito dispersiva, destaca-se, em Os salões (1759-1781), como crítico de arte que afirma suas preferências pelo realismo de um Chardin ou de um Greuze. Se seus dramas são medíocres (O filho natural, 1757; O pai de família, 1758), suas teorias dramáticas são importantes; O paradoxo no comediante (1773) sublinha que os grandes atores não sentem as paixões que exprimem; eles as simulam bem porque calculam friamente seus efeitos. Di-derot é também autor de contos e romances (O sobrinho de Rameau, 1762; Jacques, o fatalista, 1773), onde aparece como discípulo dos “humoristas” ingleses. Entretanto, diferenciando-se de Voltaire, todas as suas obras são de um filósofo preocupado em definir a natureza do homem, seu lugar no mundo, e em fundar uma moral (Diálogo entre d’Alembert e Diderot, O sonho d’Alembert [por volta de 1772], publicados em 1830). Seu objetivo foi instaurar uma filosofia positiva. Diferenciando-se de Rousseau, a pesquisa filosófica de Diderot foi sempre sustentada e orientada pelo interesse pelas ciências (Pensamentos sobre a interpretação da natureza, 1753). [Larousse]