Filosofia – Pensadores e Obras

darwinismo

A teoria do naturalista inglês Darwin (1809 — 1882). — Partiu como naturalista na expedição do capitão Fitzroy, a bordo do Beagle, e visitou a América do Sul e as ilhas do Pacífico (principalmente as ilhas-Galápagos); observou as variações das espécies animais e convenceu-se de que estas podem evoluir se transformando: assim é que estudou um pássaro, o chamado “pássaro de Darwin”, que, vivendo de peixes e ele próprio não sendo nunca caçado, ao fim de inúmeras gerações havia perdido o uso das asas, que se atrofiaram (v. Zoology of the Voy age of the “Beagle”); também o homem poderia portanto “descender do macaco”, hipótese que inicialmente causou escândalo, embora já tivesse sido apresentada pelo francês Lamarck (1744 — 1829). A doutrina que lhes é comum, o transformismo, apresenta uma diferença a respeito de um ponto essencial: para Darwin, o meio é que seleciona suprimindo, enquanto para Lamarck o meio seleciona transformando os organismos; é a teoria da “seleção natural”. Tomando-se um exemplo preciso: segundo Darwin, os animais sem pêlo são eliminados nos países frios; segundo Lamarck, eles não são eliminados, antes criam pêlo. A “seleção natural” acarreta portanto a sobrevivência dos mais fortes, ou seja, no fundo, dos mais aptos a se defenderem ao mesmo tempo contra outros organismos, contra o rigor dos climas e contra as dificuldades de alimentação. A morte seria pois “diferenciadora”: os que morrem não são idênticos aos que subsistem; os que permanecem possuem uma característica suplementar, que foi precisamente o que lhe permitiu subsistir; a morte tem então como resultado a formação de novas espécies e a melhoria geral dos indivíduos. O darwinismo foi muito discutido: negou-se a hereditariedade de certos caracteres individuais, adquiridos por condições de vida; não parece também que a seleção possa criar espécies ou caracteres novos. O neodarwinismo e o evolucionismo moderno reconhecem um paralelismo na evolução das espécies: por exemplo, a espécie “macaco” pode evoluir, mas não dará senão macaco, nunca uma espécie nova: o homem. Além disso, as leis científicas da hereditariedade, estabelecidas por Mendel, afirmam que uma mutação somente pode se transmitir quando acarreta uma variação no nível dos “genes”. Darwin permanece, com Lamarck, o fundador e o precursor da ciência da evolução das espécies. (V. hereditariedade, evolucionismo.) [Larousse]


(in. Darwinism; fr. Darwinisme; al. Darwinismus; it. Darwinismó).

Doutrina da evolução biológica, segundo os fundamentos enunciados por Darwin: 1) existência de pequenas variações orgânicas, que se verificariam nos seres vivos sob a influência das condições ambientais, das quais algumas (pela lei da probabilidade) seriam biologicamente vantajosas; 2) seleção natural, graças à qual sobreviveriam, na luta pela vida, os indivíduos nos quais se manifestassem as variações orgânicas favoráveis (Origem das espécies, 1859). Também são partes integrantes do D. a hipótese de que o homem descende de animais inferiores (Descendência do homem, 1871) e o agnosticismo diante dos problemas metafísicos (v. agnosticismo; evolução). [Abbagnano]