A obra mais conhecida de Karl Marx, cuja publicação completa é póstuma (1885 — 1894). O Capital orienta num novo caminho a economia política e descobre para a filosofia todo o universo da “sociologia do trabalho”. Marx nele descreve as “contradições do capitalismo” e apresenta um certo sentido da evolução da história. A injustiça fundamental do capitalismo residiria na “exploração” do trabalhador. A exploração consiste no seguinte: o patrão contrata trabalhadores para determinado trabalho, por exemplo carregar um caminhão; o patrão pagará 4 horas de trabalho; depois selecionará os trabalhadores mais fortes, capazes de carregar em 3 horas ou menos, e exigirá 2 carregamentos de caminhão em 6 horas, em vez de 1 e meio, sempre pelo mesmo preço da hora de trabalho. É a célebre teoria da mais-valia: o benefício suplementar reverte para o patrão. A injustiça provém no fundo de que o patrão compra não o produto do trabalho, mas uma “capacidade de trabalho” (o próprio trabalhador), o que constitui, do ponto de vista humano, uma forma de escravidão. As teorias do Capital inspiraram os economistas capitalistas tanto quanto os socialistas. Suas predições históricas foram desmentidas pelos fatos: o capitalismo deveria se destruir a si mesmo por uma crise econômica. A revolução proletária deveria ocorrer primeiro nos Estados industrializados da Europa ocidental, inicialmente na Inglaterra. De fato, ela adveio em países pobres e predominantemente agrícolas… (V. marxismo.) [Larousse]