(gr. hierarchia; lat. hyerarchia; in. Hierarchy; fr. Hiérarchie; al. Hierarchie; it. Gerarchia).
Em sentido próprio, ordem das coisas sagradas, dos entes e dos valores supremos. O conceito (se não o termo) é neo-platônico (v., p. ex., Plotino, Enn., III, 2, 17), mas foi introduzido na filosofia ocidental através dos dois textos do Pseudo-Dionísio, o Areopagita, que apareceram no começo do séc. VI, intitulados Sobre a hierarquia celeste e Sobre a hierarquia eclesiástica. O primeiro desses textos contém a organização das inteligências angélicas (v. Angelologia); o segundo estabelece a correspondência entre a hierarquia angélica e a eclesiástica, que também se divide em três ordens. A primeira é constituída pelos mistérios: Batismo, Eucaristia, Ordem Sacra. A segunda é constituída pelos órgãos que administram os mistérios: bispo, sacerdote, diácono. A terceira é constituída por aqueles que, através desses órgãos, são levados ao estado de Graça: catecúmenos, energúmenos, penitentes. Mais genericamente, nos dias de hoje indica-se com esse termo qualquer organização de valores ou de autoridade: p. ex., “hierarquia de valores”, “hierarquia burocrática”, “hierarquia partidária”, etc. [Abbagnano]
(do gr. hieros, augusto, admirável, potente, santo e arche, princípio, o que está na frente)
a) Termo encontrado na linguagem eclesiástica e usado sobretudo por Pseudo-Dionísio Areopagita. Significa a ordem em que se colocam as milícias celestes e, por extensão, os graus eclesiásticos.
b) hierarkhos, termo usado pelos gregos para designar o grão-sacerdote.
c) O termo tem em geral o sentido de classificação dentro de uma série segundo graus, desde o inferior ao superior, os quais revelam o valor ou o poder de alguém ou de algo segundo o grau que ocupa.
d) Como na hierarquia há, ainda, uma subordinação, o termo também é empregado para significar o grau de subordinação de algo a algo, sendo o subordinado de grau hierárquico inferior ao subordinante. [MFSDIC]