JASPERS (Karl), filósofo e psiquiatra alemão (Oldenburg 1883). é o filósofo do existencialismo; concebe a existência como um drama, um dilaceramento entre nossa presença no mundo e nossa aspiração a uma “transcendência”, entre a ciência e a religião. O fracasso da ciência em resolver todos os problemas, o do homem em encontrar a felicidade perfeita na ação, segundo ele, são os sinais de uma revelação divina. Sua reflexão “existencial” analisa situações (o sofrimento, o combate, o erro, a morte) que as filosofias racionais tinham negligenciado profundamente e que constituem os pólos da existência humana. Concebe as relações entre os homens como formas de um “combate amoroso”, oscilando sem cessar entre o ódio e o amor. Sua filosofia culmina numa teoria dos “sinais” e do sentimento religioso. É, em todas as ocasiões, o filósofo humanista da Alemanha moderna e sempre se ergueu contra a ideia de um Império alemão, apoiando notadamente essa ideia posta em risco pela reunificação da Alemanha, como em cada ocasião que se realizou na história, e situando-se contra o enterro do humanismo alemão e o renascimento do guerreiro prussiano, da violência e do expansionismo que tragicamente marcaram seu povo (A culpabilidade alemã, 1946). Escreveu principalmente: Psycholo-gie der Weltanschauungen (1919), Philosophie (1932), Vernunft und Existenz (1935), Existenzphilosophie (1938) e Philosophie und Welt (1958). [Larousse]