(1) são dados correspondentes a uma quididade, considerados da maneira que se apresentam à sensibilidade de um sujeito senciente (sensação) e per-cipiente (percepção), a saber: como estados próprios da natureza ou do movimento dos corpos. Tais dados manifestam-se ou (como sensibile commune) nos domínios de vários sentidos (p. ex., a forma para a vista e o tato), ou pertencem de maneira exclusiva (como sensibile proprium) a um só sentido (p. ex., a cor para a vista). A delimitação dos vários sentidos em sua diversidade psicologicamente experimentável faz-se de acordo com estes últimos dados. Enquanto um realismo estreme pretende transferir normalmente ao mundo dos objetos multiformidade de qualidades sensoriais imanentes no sujeito, que só correspondem a um sentido (p. ex., a côr, e som), o idealismo epistemológico exagerado não vê absolutamente meio de transitar das qualidades sensoriais à qualidade do objeto. Segundo o realismo moderado, as qualidades sensoriais devem ser concebidas como estados subjetivos correspondentes, produzidos pelo fato de o sujeito percipiente traduzir para si, e de maneira proporcionada à sua própria estrutura, os dados transcendentes, sendo igualmente condicionada dela disposição do objeto a natureza desta tradução. A objetividade (objetivo) do conhecimento fica assim suficientemente ressalvada, devendo este ser concebido de maneira análoga à identificação de uma substância química mediante suas reações. — Dentro do domínio das diversas qualidades sensoriais temos que admitir vários graus entre a objetividade e a subjetividade: a forma, o tamanho e o movimento são mais objetivos; a cor, o som, o cheiro, são mais subjetivos. A vinculação das qualidades sensoriais ao sujeito apresenta-se com relevo especial na lei das energias específicas dos sentidos, frequentemente denominadas também qualidades sensoriais específicas (2): cada sentido possui uma disposição para reagir, que lhe é exclusiva e corresponde, em forma igual e especificamente determinada pela natureza do sentido, a qualidades objetivas realmente distintas, de sorte que, malgrado a diversidade objetiva dos excitantes, aparece uma semelhança de qualidades sensoriais organicamente condicionada (assim, as ondas e a pressão, ao encontrar-se com a vista, produzem a mesma qualidade). A distinção entre qualidades sensoriais primárias e secundárias significa, umas vezes, a diferença entre sensibile commune e sensibile proprium; e, outras vezes, a diferença entre qualidades sensoriais objetivas e subjetivas. — Trapp. [Brugger]