Segundo o positivismo moral, os valores éticos fundamentam-se na cultura e na evolução desta, no povo e em outras coisas idênticas. Donde, a bondade moral ou o valor das humanas ações não está ligado, de maneira necessariamente natural e imutável, à essência da pessoa humana, mas encontra-se sujeito a todas as oscilações possíveis. Consequentemente, a lei moral não é invariável, como não o são os juízos éticos de valor que se refletem no espírito do homem e das culturas (relativismo moral). A prova basilar em abono do positivismo moral é o testemunho da história. Cada povo e cada cultura forma seus próprios juízos valorativos morais muito opostos entre si. O que num tempo era lícito, outra geração posterior o considera moralmente inferior e acaso até uma atrocidade. Além disso, tem aqui aplicação o axioma da evolução: não há moral perfeita, acabada, caída do céu, por assim dizer. A moral determinável pela experiência (empirismo moral) desenvolveu-se a partir de formas primitivas, animais, como, p. ex., a linguagem e outros conteúdos da cultura humana (evolucionismo moral). O positivismo moral teológico de um Occam e de outros não deduz de uma ideia imutável de humanidade o valor ético, mas sim da vontade de Deus, o qual numa ordem universal diferente poderia, p. ex., permitir a mentira. — Crítica: Nunca se pode chegar a definir o bem e o mal só pela experiência, porque esta diz unicamente o que é, e nunca o que deve ser. O juízo ético valorativo pré-científico e o reconhecimento da lei moral baseiam-se num conhecimento supra-empírico, metafísico: a concepção da personalidade espiritual do homem como expressão de uma ideia eterna. O testemunho da etnologia demonstra a concordância de todos os povos nas exigências fundamentais da lei moral. Os extravios relativamente aos preceitos dela derivados explicam-se pela falsa aplicação dos axiomas morais supremos. Há também uma mudança justificada em exigências morais de caráter mais especial, p. ex., na concepção do modo de vestir, nas chamadas normas de bom-tom, etc. — Contra Occam importa dizer que a vontade de Deus não é cega arbitrariedade, senão que se identifica com a sabedoria de sua essência santa e imutável. — Schuster. [Brugger]