Filosofia – Pensadores e Obras

marxismo

teoria de Marx e Engels, e do materialismo dialético, do qual foram os promotores. — Entende-se correntemente por “marxismo” a aplicação do materialismo dialético aos fenômenos históricos e sociais (materialismo histórico): o marxismo explica o movimento da história, a evolução das sociedades a partir de realidades econômicas. Essa teoria, exposta na obra fundamental de Marx, O capital, prevê uma revolução social nos países mais industrializados, isto é, inicialmente na Inglaterra, depois na Alemanha e na França. Ora, essa revolução operária, dita “revolução proletária”, ocorreu primeiro na Rússia. Esse fenômeno tocou vivamente Lênin, que, nesse ponto, completou o marxismo, mostrando e prevendo uma outra perspectiva: a da revolução nos países ainda submetidos à predominância agrária. Foram os trabalhos de Lênin que guiaram as revoluções e as transformações sociais dos países denominados “subdesenvolvidos” com predominância agrária (Rússia, China, Iugoslávia, democracias populares etc). Do ponto de vista filosófico, o marxismo é a atitude de qualquer pensamento “engajado” que parta desse axioma de Marx: “os filósofos apenas interpretam o mundo de diferentes maneiras: trata-se agora de transformá-lo”; essa atitude exprime, além de tudo, uma crença fundamental em que a história caminhe no sentido do comunismo. Em relação a isso, o desaparecimento progressivo da luta de classes tal como podia existir no fim do século XIX, a evolução interna dos regimes comunistas e a dos regimes ditos “capitalistas” ressaltam que o marxismo, atualmente, apresenta-se muito mais como um artigo de fé do que como uma lei real da história. (V. comunismo, filosofia da história, leninismo, Marx, socialismo. ) [Larousse]


MARXISMO, no sentido mais amplo (1) é a doutrina de Karl Marx. Abarca tanto o materialismo histórico como o dialético (Materialismo dialético) e a aplicação de ambos à vida social. Em acepção um tanto mais estrita (2), entende-se por marxismo uma crítica do capitalismo, extremamente perspicaz, mas em muitos pontos errada, que tem como fundamento uma cosmovisão elaborada pelo materialismo dialético e histórico. Segundo essa crítica, a história humana reduz-se a uma história da luta de classes; e o Estado reduz-se a instrumento, de que se serve em cada caso a classe dominante para oprimir a classe contrária. Mediante suas teorias do valor do trabalho e da mais-valia, Marx interpreta o capitalismo como um sistema de exploração do trabalhador pelo capitalista, o qual guarda para si a mais-valia criada pelo primeiro; a acumulação e a concentração das mais-valias em mãos de um número cada vez mais reduzido de capitalistas, unida à lei da baixa dos lucros, faz que este sistema de exploração caia por sisi mesmo: chega-se à “expropriação dos expropriadores”, por outras palavras, a classe trabalhadora (o proletariado) entra na posse dos meios de produção, estabelecendo interinamente a “ditadura do proletariado” como fase preliminar da transição para a ‘’sociedade sem classes”.

O marxismo, em oposição às formas antigas do socialismo, por êle desdenhadas como “utópicas”, pretende sersocialismo científico”. Contudo, também ele se perde na utopia da sociedade sem classes. Além disso, o estabelecimento de tal finalidade vai de encontro ao princípio dialético. O ímpeto revolucionário do marxismo contradiz, outrossim, o rigoroso determinismo econômico (= materialismo histórico).

No marxismo antigo, “filho natural do liberalismo burguês e do individualismo”, o sacrifício da liberdade à social e muito racionalmente organizada atividade produtora de bens concorre para situar o homem em condições de configurar livremente sua vida, equipando-se com o maior número possível de bens de uso e consumo. O marxismo moderno (leninismo, stalinismo) transformou-se em rigoroso coletivismo: a produção social de bens não é levada a efeito para embelezar a existência, mas para desenvolver a força da coletividade. [160, 232, 266]. — Nell-Breuning. [Brugger]