É a percepção das coisas sensíveis (incluindo a do corpo próprio) em seu estarem-estendidas-espacialmente, em sua estrutura e na distância que as separa umas das outras e de nós. Esta percepção é-nos comunicada, não exclusivamente, mas principalmente, pela vista, pelo tato e pelos sentidos estático e cinestésico. Por um lado, as imagens das coisas não se nos oferecem de antemão e imediatamente em precisa correspondência espacial; mas, por outro lado, a percepção primeira dos dados sensoriais não apresenta extensão alguma, como pretendem as teorias “empiristas” extremas (p. ex., a teoria dos sinais locais de Lotze). A primeira e a segunda dimensão, bem como um começo de distância em profundidade, são percebidas imediatamente pelos sentidos externos. Pelo contrário, a construção das “imagens” tri-dimensionais “do mundo” só se realiza em virtude de uma experiência múltipla e pelo jogo combinado dos sentidos externos respectivos com complexos de representação, atividades da atenção e inclusive até apreciações e expectativas intelectuais. Deve igualmente ser reduzida a um efeito da experiencia a visão direta, não obstante a inversão das imagens formadas na retina; ao aludido jogo combinado se devem igualmente as chamadas ilusões óptico-geométricas, bem como a localização de excitações sensoriais (p. ex., sons) no espaço representado ou no nosso próprio organismo (membros-fantasma). — Willwoll