Economia é a função cultural que cuida da sustentação (Sombart) ou — o que vem a dar no mesmo — é a configuração da convivência humana orientada no sentido de harmonizar permanentemente a necessidade com a satisfação da mesma (von Gottl-Ottilienfeld); compete à filosofia da economia dar a interpretação última do sentido desta economia, do mesmo modo que à filosofia da sociedade (filosofia da sociedade) compete fazer o mesmo no domínio global da vida social. — Em conformidade com nossas definições, a economia é uma esfera da cultura, e, portanto, um domínio parcial da vida social humana. Uma vez que o homem é um ser que consta de espírito e de corpo, toda cultura humana está vinculada a pressuposições materiais, à disposição de bens materiais para a simples conservação da vida, e para enriquecimento, embelezamento e enobrecimento da mesma vida; neste sentido, não ficam excluídos os domínios supremos da cultura (arte, ciência, religião). A economia é, sem dúvida, a mais inferior em valor e dignidade, sem por isso deixar de ser também a mais ampla e necessária das esferas culturais.
A economia, enquanto fenômeno inserto nos bens materiais, é estruturada dela técnica; mas, enquanto processo vital, é estruturada pela arquitetônica e ordem da sociedade. Daí, a primazia inegável da política sobre a economia; no entanto, na era capitalista, a economia, em frente da política, desembaraçou-se dos laços sociais e, prolongando sua influência, desarticulou e desagregou a ordem social. O sentido da economia não é a ganância de dinheiro (acumulação de maior valia), mas sim a preparação de bens e a prestação de serviços valiosos em prol da comunidade. — A economia, como relação entre fins e meios, é autônoma; mas o homem determina com liberdade e, portanto, com responsabilidade quais os fins a que os meios devem ser endereçados (“validade” ou “legitimidade” dos fins): VIDE ética. — Nell-Breuning. [Brugger]