Pode chamar-se dinamismo toda teoria filosófica que ou (1) explica pela força e atividade o que o não-filósofo considera como ser quiescente ou (2), em frente a outras direções do pensamento filosófico, estende este modo de explicação a domínios mais vastos, ou (3), finalmente, o torna extensivo, a toda a realidade (dinamismo integral). — A escolástica conhece um dinamismo da forma, uma vez que não só assina ao sujeito (portador) desta um ser quiescente, estático, como lhe confere também força e ordenação a um fim que deve alcançar, dotando-o, por isso mesmo, de apetite e de atividade (finalidade). Isto se aplica tanto à forma substancial, quanto às formas acidentais que a seguem. Aplicando esta teoria ao conhecimento, Marechal ensina que a relação de nossas representações aos objetos só é possível em virtude do caráter dinâmico da faculdade cognitiva, tal como se revela no juízo (dinamismo epistemológico). O dinamismo da escolástica distingue-se do dinamismo integral: em primeiro lugar, porque, segundo a escolástica, a forma é um elemento essencial que determina o ser do objeto em sua medida mínima e o ordena à sua plenitude, e não é, como pretende Bergson, um mero conceito necessário para reduzir o ser fluente à condição de mera etapa do progresso e que fragmenta a realidade de maneira contrária à sua natureza; em segundo lugar, porque a escolástica (de cunho tomista) admite no ente corpóreo uma matéria-prima indeterminada em si, puramente determinável e, por isso, destituída de toda atividade. Contudo, quanto mais se desliga o ser da matéria, tanto mais ativo este se torna; o ser puro é atividade pura. — Segundo o dinamismo integral (Bergson, filosofia da vida), a realidade é uma corrente contínua e única de atividade livre e de evolução criadora (sem sujeito diferente dela), produzida e guiada pelo (calor vital (élan vital) que tudo penetra e que supre as causas eficientes e finais. — 0 dinamismo cosmológico ensina que o espaço está dinamicamente ocupado por unidades de força inextensas, as quais, ou individualmente e cada uma por si, delimitam uma esfera do espaço vazio (Leibniz, mônada, Boscovich, E. von Hartmann), ou o enchem por mútua atração e repulsa (Kant, Schelling). — dinâmico, devir, voluntarismo. — Brugger.