(gr. sympeplegmenon; lat. complexum; in. Complex; fr. Complexe; al. Komplex; it. Complessó).
Os estoicos, que introduziram esse termo, entenderam por ele as proposições compostas, isto é, constituídas ou por uma só proposição tomada duas vezes (p. ex.: “se é dia, é dia”), ou por proposições diferentes unidas por um ou mais conectivos (p. ex.: “É dia e há luz”, “Se há dia, há luz”, etc.) (Sexto Empírico, Adv. math., VIII, 93; Dióg. L., VII, 72). Na lógica medieval, esse termo era generalizado e entendeu-se com ele ou um termo composto por palavras diferentes, como “homem branco”, “animal racional”, etc, ou a proposição simples composta do nome e do verbo (p. ex., “o homem corre”, etc). Nesse caso, o oposto de complexo, indicado pelo termo incomplexum (isto é, “simples”) é o termo isolado ou qualquer termo da proposição, mesmo se composto por dois ou mais termos (como, p. ex., o sujeito “homem branco” na proposição “o homem branco corre”) (Ockham, Expositio super artem veterem, foi. 40 b). Essas noções repetem-se com poucas diferenças em Vicente de Beauvais (Speculum doctrinale, 4) e em Armando de Beauvoir (De declaratione difficilium terminorum, I, 1). Cf. Tomás, S. Th., II, 2, q, 1, a. 2. [Abbagnano]
Por complexo (I) entende-se, em psicologia, o todo unitário de um produto psíquico. Mais exatamente, a teoria dos complexos sustenta que na vida psíquica existe uma estrutura orgânica; que os elementos são membros do todo, susceptíveis de se encontrarem só por análise a partir deste; que o todo não se reduz a mera soma de elementos independentes. Na maioria dos casos, investigou-se a percepção intuitiva. Aqui a forma devia existir antes das partes. Importa porém distinguir. No sentido do tacto nota-se primeiro a pressão sem a forma, a qual só mais tarde aparece. A melodia também se conhece só depois das notas individuais. Apenas na percepção ótica se dá a coordenação de modo imediato, isto é, simultaneamente com as partes, não antes delas; donde resulta a apreensão da distância e sua interpretação pela experiência. — Também na aprendizagem é de capita) ajuda a formação de complexos, porque neste caso se limita o número de repetições; o fragmento do complexo tende então a suscitar o complexo total. — Na literatura psiquiátrica, o complexo (2) significa uma perturbadora disposição sentimental. Vivências fortemente afetivas podem produzir perturbações, em parte saídas do inconsciente e em parte também claramente conscientes, como as paixões. Por vezes, a consciencialização do complexo pode curá-lo, pode resolver, mediante uma descarga liberadora, a tensão interna que produz: acabamos por contemporizar com a recordação. Contudo, isto ajuda pouco, tratando-se de sintomas difíceis, e não surte efeito, principalmente quando, por causa das vantagens que a enfermidade oferece, se adverte uma obscura repugnância à cura. — Fröbes. [Brugger]