(gr. syntaxis; lat. syntaxis; in. Syntax; fr. Syntaxe; al. Syntax; it. Sintassi).
1. Qualquer organização, combinação ou sistematização de partes. O estoico Crisipo define como “sintaxe do todo” o destino que governa a ordem do mundo (Stoicorum fragmenta, II, p. 293).
2. Uma das dimensões do procedimento semiológico (v. semiose), que é a possibilidade de combinar signos com base em regras determináveis. Neste sentido pode-se falar, p. ex., de “sintaxe dos sons” ou “das cores”, etc.
3. A ciência que estuda as formas gramaticais ou lógicas da linguagem, entendendo-se por formas as suas possibilidades de combinação. Mais particularmente, Carnap definiu a sintaxe lógica das linguagens como “a teoria formal das formas linguísticas, a declaração sistemática das regras formais que a regem, as linguagens e as consequências decorrentes dessas regras”. Carnap acrescenta que “uma teoria, uma regra, uma definição, etc. deve ser chamada de formal quando não faz qualquer referência ao significado dos símbolos (p. ex., das palavras) ou ao sentido das expressões (p. ex., dos enunciados), mas unicamente às espécies e à ordem dos símbolos com que as expressões são construídas” (Logische Syntax der Sprache, 1934, § 1). Carnap identificou com a sintaxe toda a lógica ou metodologia das ciências (Ibid., § 81), com base na consideração de que “para determinar se um enunciado é ou não consequência de outro, não é necessária qualquer referência ao significado dos enunciados”; portanto, “uma lógica especial do significado é supérflua; uma ‘lógica não formal’ é uma contradição nos termos. A lógica é sintaxe” (Ibid., § 71). Mais tarde, o próprio Carnap admitiu a divisão da análise da linguagem ou semiótica em pragmática, semântica e sintaxe, considerando o ponto de vista sintático como o procedimento que abstrai do fator semântico (Foundations of Logic and Mathematics, 1939, § 8). [Abbagnano]
(gr. syntaxis: ordem, organização, estrutura)
Sistema de regras que estabelece a possibilidade de combinação dos termos de uma linguagem na construção de sentenças. Enquanto parte da semiótica, a sintaxe é o estudo das relações entre os signos em um sentido puramente formal, isto é, independentemente de sua interpretação ou de seu uso concreto. [Japiassu]
Uma sintaxe estuda as estruturas internas da linguagem-objeto. Seu problema principal está em elucidar o modo de funcionamento das regras de produção e, no caso em que a linguagem-objeto contiver um sistema formal (ou constituir um sistema formal), o modo de funcionamento das regras de dedução que autorizam a produção das sentenças (“verdadeiras”) do sistema. [Ladrière]