Filosofia – Pensadores e Obras

complementaridade

A complementaridade pode substituir: basta que exista um horizonte, para além do qual se transfira a «coincidência», não necessariamente de opostos, mas, apenas, do que se nos defronte como um par de «in-identificáveis» por diferença que não admite mediação. Nestas condições, a complementaridade deve subsistir. Na linguagem deste livro, afigura-se-nos poder afirmar que todo o símbolo reproduz, no trans-objectivo, as feições do Macro-Símbolo: qualquer símbolo se afeiçoa à natureza do binômio «homem-mundo» (diferença sem mediação aparente) em que os dois termos coincidem em uma específica mensagem da Divindade, que, por sua vez, se volve em específico aceno de algum deus-mensageiro, o que faz de ambos, homem e mundo, co-pertinentes partes de certo todo, acenado pelo mesmo gesto-acenante da mensagem que, de cada vez, é este homem que vive neste mundo, deste mundo e para este mundo, e este mundo que vive neste homem, deste homem e para este homem. E se o símbolo é «coisa» acrescida do seu «ser-origem», aí temos, de novo, o triângulo da complementaridade: «originado por sua origem», «origem deste originado» e «Originária Originalidade de todas as origens»; ou ainda, «homem-mundo», «aceno do deus-mensageiro» e «Divindade que expede a mensagem». Complementar e simbólico têm a figuração geométrica do mesmo triângulo, só com esta diferença: o simbólico vê-se, olhando do vértice para a base; e o complementar, olhando da base para o vértice. [EudoroMito:181]