Filosofia – Pensadores e Obras

subiectum

Na Idade Média uma das categorias fundamentais para a compreensão do ente no todo era substância. A palavra substância é tradução latina do hypokeimenon grego. Aqui, objeto significava o que é lançado e mantido de encontro em face do perceber, da imaginação, do julgar, desejar e mirar. E correspondendo a essa compreensão do objeto, sujeito significava coisa-substância. A dinâmica de efetuação da coisa-substância, o subiectum medieval, com o correspondente obiectum medieval, a coisa, não poderia ser chamada propriamente de objetivação. Pois se reserva a palavra objetivação e objeto de preferência para a dinâmica de efetivação do subiectum, do representar, como sujeito, e obiectum, como o representado, na nossa época moderna. A efetivação coisa-substância tem, como resultado, coisa, ou substância. A coisa é diferente do objeto. E o homem, enquanto “recepção” dessa efetivação coisa-substância e sua coisa, é diferente do homem, “sujeito e agente” da objetivação do objeto-representação. Desta última se diz portanto: objetivar “é fazer algo objeto, pô-lo, como objeto, e somente assim o representar”.

Para nós hoje, sujeito indica o ente humano. Na gíria, juntamente com o cara, sujeito significa um indíviduo humano determinado, mas numa denominação ‘neutra’. Na Idade Média sujeito, subiectum era equivalente à substantia, substância, à coisa, e significava o hipokeímenon, o prejacente a partir de si (não o que é levado de encontro através de um representar), o presente, p. ex. as coisas.

O sujeito medieval, i. é a substância, a saber a coisa, quando lançado e mantido de encontro em face do perceber, da imaginação, do julgar, desejar e mirar se chamava obiectum, objeto. [Harada]