Este problema da liberdade incide em cheio no pavlovismo, o qual, não só na obra de Pavlov, como também e principalmente na obra de seus discípulos, se apresenta como filosofia da evolução, teoria da vida, psicologia do comportamento (em parentesco estreito com o behaviorismo) e método de educação. O pavlovismo é uma fisiologia que tem por fim explicar, não só a vida orgânica, mas também toda a vida psíquica, considerada como a tradução dos estados fisiológicos e em particular das glândulas endócrinas e do córtex cerebral, com seus “stereotypos” e seus mosaicos de reflexos, que foram largamente estudados pela corrente pavloviana. “O condicionamento é a lei do córtex cerebral”, diz um pavloviano. Ora, como “lei do córtex cerebral”, o condicionamento é uma lei da vida; a vida se explica assim de modo totalmente fisiológico; o psíquico espiritual se reduz ao orgânico e o psíquico orgânico não é senão uma rede de reflexos, extremamente complexos, cujo esclarecimento e modificabilidade é a suprema tarefa da ciência: Tal o pressuposto do pavlovismo. [Barbuy]