(in. Synonimy; fr. Synonymie; al. Synonimie; it. Sinonimià).
A relação de sinonímia é importante para os lógicos porquanto a utilizam para definir a noção de analiticidade. Como o conceito de sinonímia como “identidade de significado entre duas formas linguísticas” não é suficiente, os lógicos costumam acrescentar alguma outra condição para definir a sinonímia. Lewis diz: “Duas expressões são sinônimas se e apenas se: 1) têm a mesma intensão e se essa intensão não é zero nem universal, ou 2) se sua intensão é zero ou universal, mas elas são analiticamente confrontáveis” (Analysis of Knowledge and Valuation, 1946, p. 86). Por “expressões que têm intensão zero ou universal”, Lewis entende expressões como “ser”, “entidade”, “coisa”, “qualquer coisa” (Ibid., p. 87). Carnap, por sua vez, observou: “Se pedimos a tradução exata de dada asserção de uma língua para outra, p. ex. de uma hipótese científica ou de um testemunho em tribunal, costumamos esperar mais que a concordância das intensões dos enunciados. (…) Mesmo se restringirmos nossa atenção a significados designativos (cognitivos), a equivalência lógica dos enunciados não será suficiente; será preciso que pelo menos alguns dos designadores constitutivos sejam logicamente equivalentes ou, em outras palavras, que as estruturas intencionais sejam semelhantes”. A sinonímia seria expressa, pois, por um “isomorfismo intencional”, cujas regras Carnap expõe (Meaning and Necessity, 1957, §§ 14, 15).
Contudo, as exigências expressas por Lewis e Carnap para a definição de sinonímia continuam no campo da intencionalidade das formas linguísticas. É o que acontece também com a definição de Church (Introduction to Mathematical Logic, § 01). Quine demonstrou, nesse mesmo plano, como é difícil utilizar a sinonímia para definir a analiticidade, pois “dizer que ‘solteiro’ e ‘homem não casado’ são sinônimos do ponto de vista cognitivo, significa dizer que é analítica a asserção ‘todos os solteiros e só eles são homens não casados’”. Portanto, segundo Quine, a sinonímia pode ser definida como a possibilidade de substituição recíproca de dois termos, salva analyticitate, vale dizer, a possibilidade de, numa expressão, substituir dois termos um pelo outro sem que a expressão perca o caráter analítico (From a Logical Point of View, 1953, II, 3). [Abbagnano]