ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Tr. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2020
Roberto Raposo
O descobridor do papel do perdão no domínio dos assuntos humanos foi Jesus de Nazaré. O fato de que ele tenha feito essa descoberta em um contexto religioso e a tenha enunciado em linguagem religiosa não é motivo para levá-la menos a sério em um sentido estritamente secular. É da natureza de nossa tradição de pensamento político (por motivos nos quais não podemos nos deter aqui) ser altamente seletiva (...)
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Arendt, Hannah (1906-1975)
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Arendt (CH) – Perdoar
12 de agosto de 2022, por Cardoso de Castro -
Arendt (VE:13-14) – razão (Vernunft) e compreensão (Verstand)
14 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Tr. Antônio Abranches e Cesar Augusto R. de Almeida e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p.
Abranches et alii
A distinção que Kant faz entre Vernunft e Verstand, “razão” e “intelecto” (e não “entendimento”, o que me parece uma tradução equivocada; Kant usava o alemão Verstand para traduzir o latim intellectus, e embora Verstand seja o substantivo de verstehen, o “entendimento” das traduções usuais não tem nenhuma das conotações inerentes ao alemão (...) -
Arendt (CH:Cap11) – produção
5 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroRoberto Raposo
À primeira vista, porém, é surpreendente que a era moderna – tendo invertido todas as tradições, tanto a posição tradicional da ação e da contemplação como a tradicional hierarquia dentro da vita activa, com sua glorificação do trabalho como fonte de todos os valores e sua elevação do animal laborans à posição tradicionalmente ocupada pelo animal rationale – não tenha engendrado uma única teoria que distinguisse claramente entre o animal laborans e o homo faber, entre “o trabalho do nosso corpo (...) -
Arendt (VE:196-201) – a vontade
21 de novembro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Tr. Antônio Abranches e Cesar Augusto R. de Almeida e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p. 196-201]
Abranches, Almeida & Martins
Estas considerações preliminares — e de modo algum satisfatórias — sobre o conceito de tempo parecem-me necessárias em nossa discussão sobre o ego volitivo, porque a Vontade, se é que ela existe — e uma quantidade desconfortável [197] de grandes filósofos que nunca duvidaram da razão ou do pensamento sustentaram (...) -
Arendt (CH:C3.16) – Trabalho, Intrumentos e Ferramentas
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Condição Humana.Tr. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2020 (epub)]
Tradução
É verdade que o enorme aperfeiçoamento de nossas ferramentas de trabalho – os robôs mudos com os quais o homo faber acorreu em auxílio do animal laborans, em contraposição aos instrumentos humanos dotados de fala (o instrumentum vocale, como eram chamados os escravos no lar, entre os antigos), os quais o homem de ação tinha de dominar e oprimir sempre que desejava liberar o animal laborans de sua (...) -
Arendt (VE:10-11) – sensorial e o supra-sensorial
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Tr. Antônio Abranches e Cesar Augusto R. de Almeida e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2000, p. 10-11]
Tradução
Antes, portanto, de começarmos aespecular sobre as possíveis vantagens de nossa atual situação, seria prudente refletir sobre o que realmente queremos dizer quando observamos que a teologia, a filosofia e a metafísica chegaram a um fim. Certamente não é que Deus esteja morto, algo sobre o qual o nosso conhecimento é tão pequeno quanto o (...) -
Arendt (CH:C5.32) – O caráter processual da ação
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Condição Humana.Tr. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2020 (epub)]
Tradução
A instrumentalização da ação e a degradação da política em um meio para atingir outra coisa certamente jamais conseguiram eliminar de fato a ação, evitar que ela seja uma das experiências humanas decisivas, nem destruir por completo o domínio dos assuntos humanos. Vimos anteriormente que, em nosso mundo, a aparente eliminação do trabalho, como esforço doloroso ao qual toda vida humana está vinculada, (...) -
Arendt (CH:C4.20) – automação
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Condição Humana.Tr. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2020 (epub)]
Tradução
Como tão frequentemente ocorre com os desdobramentos históricos, parece que as verdadeiras implicações da tecnologia, isto é, da substituição de ferramentas e utensílios pela maquinaria, só vieram à luz em seu derradeiro estágio, com o advento da automação. Para nossos propósitos talvez seja útil lembrar, mesmo brevemente, os principais estágios do desenvolvimento da moderna tecnologia desde o início da (...) -
Arendt (CH:C2.6) – estatística
15 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro[ARENDT, Hannah. A Condição Humana.Tr. Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Forense, 2020 (epub)]
Tradução
As leis da estatística são válidas somente quando se lida com grandes números e longos períodos de tempo, e os atos ou eventos só podem aparecer estatisticamente como desvios ou flutuações. A justificativa da estatística é a de que os feitos e eventos são ocorrências raras na vida cotidiana e na história. Contudo, o pleno significado das relações cotidianas revela-se não na vida do dia-a-dia, mas em (...) -
Arendt (CR:10-12) – os problem-solvers
14 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroExcerto de ARENDT, Hannah. Crises of the Republic. New York: Harcourt, Brace & Co., 1972, p. 10-12
Original
The problem-solvers have been characterized as men of great self-confidence, who “seem rarely to doubt their ability to prevail,” and they worked together with the members of the military of whom “the history remarks that they were ‘men accustomed to winning.’”8 We should not forget that we owe it to the problem-solvers’ effort at impartial self-examination, rare among such people, (...)