Sartre (TE) – ego

[o ego] é um locus virtual de unidade, e a consciência o constitui como se estivesse indo na direção completamente inversa daquela seguida pela produção real; o que realmente está em primeiro lugar é a consciência, por meio da qual são constituídos os estados, e depois, por meio deles, o Ego. Mas, como a ordem é invertida [...] as consciências são dadas como emanando dos estados, e os estados como produzidos pelo Ego. Como consequência, a consciência projeta sua própria espontaneidade no objeto Ego, de modo a conferir-lhe o poder criativo [...] Assim, é exatamente como se a consciência constituísse o Ego como uma falsa representação de si mesma, como se a consciência se hipnotizasse diante desse Ego que ela constituiu, tornando-se absorvida por ele, como se ela fizesse do Ego sua salvaguarda e sua lei. [A Transcendência do Ego]