Em que consistiria, para qualquer coisa (organismos individuais da nossa espécie, robôs, etc.), ser ou não ser humana — "verdadeiramente" humana — pode parecer óbvio para todos nós, pelo menos em nossos estados de espírito menos reflexivos, mas basta pensar mais um pouco a respeito do assunto e a questão se revela enigmática. Na verdade, permanece um enigma, após milênios do que se conhece como história ou civilização. E o que se chama, entre pesquisadores, filosóficos ou científicos, de um (…)
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Fernandes, Sergio L de C
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Fernandes (SH:9-10) – Ser Humano
8 de setembro, por Cardoso de Castro -
Fernandes (SH:67-69) – Metodologia
8 de setembro, por Cardoso de CastroA noção de "metodologia é muito ambiciosa, pois a logia da palavra ’metodologia’ sugere que se possa usar a lógica para conhecer o método. Ora, "método", por sua vez, é o caminho para uma meta. De que maneira a lógica nos poderia ajudar a conhecer esse caminho? A implicação material parece ser a única relação lógica não-trivial, neste caso. Mas como interpretar, aqui, o nosso "p implica q" ou "a premissa implica materialmente a conclusão"? Será o caminho a premissa, que implica a meta, como (…)
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Fernandes (SH:53-54) – Intencionalidade
8 de setembro, por Cardoso de CastroPretendo aqui retomar essa temática de Filosofia da Consciência, mas para radicalizar sua análise. “Análise”, num sentido aproximado daquela que é praticada pelos “filósofos analíticos”, só vale a pena quando questiona radicalmente a metafísica implícita no senso comum, justamente aquilo que os “analíticos” não costumam atacar, mas, ao contrário, pressupor, como se fosse “bom senso” ou “intuitivo”.
Em Filosofia da Consciência, considerei o que se chama de “intencionalidade” a (…) -
Fernandes (SH:52) – transparência do ser?
8 de setembro, por Cardoso de CastroMas... por que seria o Ser “absolutamente transparente” ?! A noção de “transparência absoluta” lembraria ao leitor alguma coisa? Por “acaso” não seria sempre, necessariamente, aquilo “através do que” qualquer outra coisa, seja o que for (exceto, obviamente, a própria transparência absoluta), poderia ser a “outra coisa” que ela for, o ente que ela for, pressupondo, portanto, alguma não-transparência, ou opacidade? E agora pergunte-se pelo que, em sua vida, tem precisamente essa característica (…)
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Fernandes (SH:52) – Somos experiência, não temos experiência.
8 de setembro, por Cardoso de CastroAgora, vamos ao que... “pensamos” que pensamos, no que diz respeito ao (novamente “pensamos” que pensamos) que somos “nós” : abstraindo pela segunda vez aquelas três características estranhas ao Ser (substância, essência e existência), entendo o Ser do humano como a transparência perfeita, mas na qual pode transparecer, ou pode ser compreendido aquilo que é opaco. E já que não somos o Ser enquanto Ser, ou Consciência em si mesma, proponho que sejamos sua “imagem e semelhança”, ou seja, (…)
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Fernandes (SH:50) – a existência = o não-ser
8 de setembro, por Cardoso de CastroImediatamente, duas desqualificações: a “Existência” não é o dasein; tampouco é “O Nada”. A “Existência”, ou Não-Ser, não tem, de fato, “ser” algum, nem mesmo o “ser” que os fenomenólogos atribuem àquilo que é dado ao que chamam de “intencionalidade da consciência”. Fique o leitor, por enquanto, com o que está na Introdução: o Não-Ser é o que não é o Ser, é o “contraste”, embora necessário, para que haja verdadeira Experiência. E acrescente-lhe algo bastante intuitivo: não se injetam (…)
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Fernandes (SH:302) – lugar da Ética
8 de setembroMas... sugerir que talvez o lugar da Ética seja o Inferno!? E, no entanto, afirmo que, se o Inferno for o seu lugar, então lá ela sempre esteve, o mal-intencionado título da Seção não se referindo a algo que “teria acontecido” à Ética, mas sim a um predicamento seu, inerente e inescapável. Contudo, seguindo meu estilo, que é o de pintar quadros escritos sem procurar esconder as pinceladas, para mim, agora é como se tudo mudasse de repente, como num passe de mágica. Confesso-me de repente (…)
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Fernandes (SH:286-288) – Axiologia
8 de setembro, por Cardoso de CastroA antiga noção de axios (valioso) foi chamada, no início do século passado, a compor, com a antiga noção de logos, a palavra "axiologia", para designar, a exemplo da composição de logos com episteme (epistemologia), o estudo filosófico dos valores em geral, em substituição à Werttheorie, até então usada para valores econômicos. A essa altura, seria excusado dizer que teria sido melhor havermos ficado só com a noção "econômica", utilitária, de valor. Esses valores correspondem a algo que tem (…)
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Fernandes (SH:281-283) – Prolegômeno à "questão da ética"
8 de setembroO "ser" de um ente, qualquer ente, não é jamais a sua Existência, ou seu estar fora do Ser ([...] é sua "essência" ou qualquer espécie de "substância"). O "ser" de um ente é sempre o próprio Ser enquanto Ser, cuja verdadeira natureza é revelada pela categoria de Consciência em si, não intencional. A extensão do Ser, em Ser como (’’als’’) Experiência ou ainda Ser-Experiência, é criadora, não no sentido temporal, mas no sentido, já explicado, de reflexo instantâneo. Essa extensão em si mesma (…)
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Fernandes (SH:27-28) – Ontologia
8 de setembro, por Cardoso de CastroNo primeiro Capítulo, desenvolvo uma Ontologia (antes de qualquer coisa, o Ser enquanto Ser, inclusive o Ser dos entes!); descrevo o que penso ser a estrutura do próprio Ser, e identifico uma das dimensões dessa estrutura, que chamo de Ser como Experiência (em si mesma), ao próprio Ser do Ser Humano. Dividi o Capítulo em três Seções, intituladas “Simulacros e Aparições”, “Arquitetônicas e Identidades” e “Arcanos e Eternidades”. Com esses títulos quero dizer que, na primeira Seção, construo (…)