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Fernandes (SH:50) – a existência = o não-ser
domingo 8 de setembro de 2024, por
Imediatamente, duas desqualificações: a “Existência” não é o dasein; tampouco é “O Nada”. A “Existência”, ou Não-Ser, não tem, de fato, “ser” algum, nem mesmo o “ser” que os fenomenólogos atribuem àquilo que é dado ao que chamam de “intencionalidade da consciência”. Fique o leitor, por enquanto, com o que está na Introdução: o Não-Ser é o que não é o Ser, é o “contraste”, embora necessário, para que haja verdadeira Experiência. E acrescente-lhe algo bastante intuitivo: não se injetam contrastes no próprio sangue para que, aos raios X, tornem-se opacas certas partes do corpo, que, sem o contraste, seriam transparentes? A isto vá acrescentando, também por enquanto, o seguinte: o “ser” de um ente (o fato de o ente ser indefinidamente, portanto diversamente determinável, ou reidentificável) só pode ser o seu... ser — ainda que seja o ser daquele ente determinado —, só pode ser o seu ser enquanto ser, ou o seu ser em si, pois o Ser não pode “ser” outra coisa, senão “O Que É”. Por exemplo, o ser de um ente não pode estar “na” identificação daquele ente (a outro ente?!), ou “na” arena subjacente do espaço ou do tempo, porque não pode “ser outra coisa”, “mudar”, “ter duração” ou “movimento” e, menos ainda, “subjazer” ao que quer que não “seja”, que não tenha ser, que esteja fora do Ser — ou, na minha terminologia “protestante”, ou “reformada”, subjazer ao que “exista”. Longe de poder ser um tipo (o que quer que se repita ou esteja presente em mais de um ente) ou um composto hylemórfico, etc., o ser de um ente, ou um ser determinado, não é o que quer que seja, que nele for determinado ou identificado: o que é determinável ou identificável é o ente, não o ser do ente!
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Ver online : Sergio L. C. Fernandes