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Fernandes (FC:12) – símbolos

quarta-feira 24 de abril de 2024, por Cardoso de Castro

  

Antes de prosseguir, lembro ao leitor que há símbolos e “símbolos”: alguns se instalam no imaginário como estereótipos ideológicos e, como tal, assujeitadores; estão ali para serem desmascarados. Outros estão ali como mistérios insondáveis, tremendos, não como máscaras, pois os mistérios nada encobrem, de modo que pretender desmascará-los é como tentar transportar todo o oceano para um pequeno balde que temos nas mãos; estes símbolos, na verdade, só estão no imaginário para quem, tolamente, propõe-se a executar com as próprias mãos a tarefa “oceânica”, pois apontam para o próprio Ser e para o coração humano. Outros, ainda, estão no imaginário como arcanos, símbolos em que o Ser ao mesmo tempo se oculta e se mostra — são os símbolos sagrados, de modo que só podemos lidar com eles entendendo-os como uma atividade, um “exercício espiritual”. Finalmente, há símbolos que são apenas “segredos” ocultados pela história, e que escondem apenas o que esta poderia revelar: esses segredos de polichinelo são os segredos profissionais, os de ofício (que incluem a sophia), os familiares, humanos, demasiadamente humanos, os que são “a alma do negócio”, os de Estado, os que podem, ou não podem, ser confessados, os da culinária, os da natureza, os da matemática, os do sucesso na vida, os que precisam ser usados de certo modo para que os objetos que os encerram possam funcionar (as fechaduras).


Ver online : Sergio L. C. Fernandes


FERNANDES, Sérgio L. de C.. Filosofia e Consciência. uma investigação ontológica da Consciência. Rio de Janeiro: Areté Editora, 1995