5. A insuficiência essencial da linguagem. O silêncio e o fundamento pictórico da linguagem
Mas, afinal, é a linguagem semântica algo originário?
Toda língua, cujas raízes se encontrem diretamente no primitivo, é puramente semântica; ela não demonstra: ela refere-se ou indica — como a linguagem dos mitos, das religiões, do evangelho (da pregação), das síbilas, dos profetas, dos poetas. "O poeta não consegue fazer poesia antes de ser possuído, de estar fora de si e da razão ter cessado de (…)
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símbolo etc
symbolon / συμβάλλω / σύμβολον / súmbolon / symbolum
gr. σύμβολον, symbolon = símbolo, através de sua transposição latina symbolum. Deriva do verbo symballein como outras palavras de sentido próximo tais como symbalaion e symbole. Os sentidos do verbo symballein são múltiplos: aí se encontra sempre a ideia de "ser junto", "com", expressa pelo prefixo sym-, e a ideia de um "movimento" que exprime o verbo ballein, donde o sentido primeiro dado pelos dicionários de "pôr junto", "juntar", "reunir", "por em contato". Prefiro seguir a composição de termos dando o sentido de "algo que pro-move a união".
Pierre Riffard
- Antigas acepções
- symbolon (plural, symbola): marca de reconhecimento, objeto cortado em dois, onde cada parte era conservada por aqueles que assim se reconheciam, e passavam sua parte para seus descendentes.
- Credo. Para os teólogos e teósofos, os filósofos e os mistagogos: formulário das verdades principais podendo servir de signo de agrupamento.
- Acepções clássicas
- O símbolo, sobretudo para os esoteristas, se define como uma CORRESPONDÊNCIA natural de significante a significado. Há uma ligação de parentesco ou de simpatia, ligação portadora de sentido, entre forma e fundo de unidades. Tudo pode ser símbolo, quer dizer simbolizando ou simbolizado: um evento, um ser, um objeto, uma coisa, um estado, uma ação, um sentimento, um desejo, uma ideia, mas tudo não pode ser símbolo de tudo: o vermelho é símbolo de sangue que é símbolo de alma sem que o vermelho seja símbolo de alma. Aqui o símbolo é gnose, e não mais significante somente.
- No sentido restrito, o símbolo exprime uma ANALOGIA natural e poderosa entre um elemento de uma ordem "inferior", "material" e um elemento de uma ordem "superior", "moral", isto em uma direção (do literal ao figurado) ou em outra.
- Sentido pobre, onde o símbolo se apresenta como analogia emblemática.
- Símbolo cultural, representação concreta de uma ideia, de uma realidade, de um valor, formulado por uma tradição no interior de um conjunto cultural preciso, e indicando uma ligação exterior entre representante e representado.
- Símbolo científico
- Personificação
René Guénon
Cabe ainda outra observação antes de prosseguirmos: nesse caso, como em todos os demais do mesmo gênero, seria um grande erro acreditar que a consideração dos sentidos superiores se opõe à admissão do sentido literal, ou que o sentido superior anula ou destrói o sentido literal, ou ainda que de certa maneira o falseie. Na verdade, a superposição de uma pluralidade de sentidos que, longe de se excluírem, se harmonizam e se completam é, ao contrário, como já explicamos inúmeras vezes, uma das características gerais do verdadeiro simbolismo. [SIMBOLISMO E FILOSOFIA]
C. del Tilo
Segundo C. del Tilo (pseudônimo do falecido Emmanuel d’Hooghvorst), o símbolo se dirige à intuição da fé e não às especulações da razão, posto que o símbolo encerra uma realidade que só pode conhecer aquele que a experimentou. Por isso, enquanto seja o símbolo objeto de fé, o homem só pode explicar um símbolo mediante outro, e corre assim o risco de contentar-se com este jogo, esquecendo que os símbolos somente existem para recordar os mistérios da ciência divina (La Puerta: Introducción al estudio de los símbolos).