Vallin (EI:57-67) – Visão conjunta da esfera objetivante

(VallinEI)

C) La constitution objectivante et le dévoilement de l’essence objective

destaque

1° O conceito não é o que constitui o próprio ser da experiência, mas uma projeção mental (cuja origem não temos de procurar aqui, mas que nos limitamos a descrever) que permite desvendar o real segundo a modalidade objectivante que caracteriza a subjetividade lógica. Na estrutura objectivante, recordemos que a subjetividade, longe de se encerrar em si mesma, se transcende para o mundo existente, que ela apreende ou pretende apreender como ser e não como fenômeno ou manifestação de uma coisa inacessível em si mesma. O conceito, enquanto projeção mental da subjetividade, é o que permite revelar a essência objetiva.

2° O conceito visa esta essência não apenas como uma lei de sucessão dos fenômenos (sendo este último termo despojado do seu sentido idealista e conservando apenas o seu sentido “mecanicista”) mas como uma estrutura orgânica objetivamente realizada no existente para a qual a subjetividade transcende. Numa palavra, a finalidade não é objeto de um simples juízo reflexivo; ela pertence efetivamente à estrutura objetiva da realidade a um certo nível da experiência total que se oferece à subjetividade lógica.


Se a subjetividade pode descobrir qualquer tipo de sentido ao nível de uma experiência que lhe é dada, este sentido não lhe deve ser estranho; a subjetividade deve, de uma forma ou de outra, participar no movimento espiritual que constitui o sentido enquanto tal. Assim, no empirismo tomista, por exemplo, há que admitir que o “intelecto agente”, capaz de extrair do sensível, por uma passagem da potência ao ato, o inteligível que este último contém em potência, participa de algum modo na Inteligência criadora de Deus que criou o ser ou o objeto sensível projetando, por assim dizer, a essência inteligível no plano da existência espácio-temporal (passagem da essência à substância). E podemos perguntar-nos se todo o empirismo, seja ele qual for, não estará, em última análise, inconscientemente dependente de uma perspectiva tão ambígua, que admite implicitamente uma participação da inteligência humana no “Verbo” transcendente, mas sem ir tão longe quanto as exigências de tal posição.

original

  1. Cf. Kant, Critique de la raison pure, ΙΙe Partie : Analytique transcendantale.[]
  2. Comme c’est précisément le cas pour la subjectivité temporaliste dont nous tentons ici d’analyser les diverses structures.[]
  3. Il ne s’agit pas ici de la transcendance en général du sujet vers l’objet, l’objet comme tel n’étant qu’une des modalités du réel (logique ou existant) vers laquelle peut se transcender la subjectivité temporaliste.[]

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