nossa tradução
da versão de MacKenna
6. Em tudo isso não há pecado — há apenas uma questão de disciplina — mas nossa preocupação não é meramente ser sem pecado mas ser Deus.
Enquanto há qualquer ação involuntária, a natureza é dupla, Deus e Semi-Deus, ou melhor Deus em associação com uma natureza de um poder inferior: quando todo o involuntário é suprimido, há Deus não misturado, um Ser Divino daqueles que segue o Primeiro.
Pois, no seu máximo, o homem é o verdadeiro ser que veio do (…)
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daimon etc
daimon / δαίμων / daímôn / daímon / daimon / daimón / daemon / daemons / yaksha / δαιμόνιον / daimónion / daimonion / daemon / genius / Daênâ / Daena / Natureza Perfeita / Naturaleza Perfecta / al-tibâ’ al-tâmm / al-tiba al-tamm / djinn / djinns / jinn / jînn / gnomos / ondinas / silfos / salamandras
gr. δαίμων, daímôn, daímon, daimon, δαιμόνιον, daimónion, daimonion: presença ou entidade sobrenatural, em algum lugar entre um deus (theos) e um herói; espírito, "demônio". Latim: daemon, genius. Espírito puro que não tem status de deus, ou é considerado um deus inferior.
Sorabji
Daemons têm corpos pneumáticos e podem fazer com que eles tomem forma, imprimindo neles suas próprias imaginações (phantasiai). Mas os corpos não são eternos. Em daemons maus, eles dependem da alimentação de libações e fumaça do cozinhar. Isto, conforme descrito por Porfírio Abstinência 2.39.1-3; para Gaurus 6.1, 42,5-12, mas Jâmblico discorda, Myst. 5.10, sobre a necessidade de nutrição. Para Porfírio, veja mais Abstinência 2.42. Porfírio distingue bons daemons e maus daemons. Os bons podem cuidar de animais e colheitas. Mas os maus daemons só podem nos prejudicar, e os sacrifícios os atraem e os sustentam, então podem causar danos, sem persuadi-los a fazer o bem. Mas Agostinho relata Porfírio como sendo agnóstico sobre demônios ruins na Carta a Anebo.
Nenhum demônio tinha sido ruim em Platão , mas Plutarco relata demônios ruins ou outros espíritos na terceira cabeça da Academia de Platão Xenócrates e em muitos outros, por exemplo. Em Ísis e Osíris 360F-370C. Os oráculos caldeus e a tradição hermética também postulavam maus daemons.
Os próprios cristãos tratavam todos os demônios como maus (assim Santo Agostinho Cidade de Deus, 9.19) e reservavam a palavra ‘anjos’ para o bem. Agostinho e Porfírio concordam que o discurso platônico de deuses menores é equivalente ao discurso cristão de anjos, Porfírio contra os cristãos fr. 76 Harnack, Agostinho Cidade de Deus 9.23, ambos traduzidos em Lógica e Metafísica 14. Proclo Sobre a existência de males defende os demônios da acusação de serem maus.
Apesar de suas advertências, Porfírio expressa dúvidas genuínas sobre como as coisas funcionam em suas perguntas respeitosas sobre as práticas egípcias na Carta a Anebo, que seria respondida com tanta selvageria pelo devoto Jâmblico. Agostinho preserva uma parte relevante da Carta.
No tocante a estrelas cadentes como nossos daemons ou intelectos pessoais ascendendo ou descendo para reencarnação, veja Plutarco Sobre o Daimon de Sócrates 591Dff. [SorabjiPC1 :403-404]
Corbin
El tema de la «Naturaleza Perfecta» (al-tibâ’ al-tâmm) es uno de los más atractivos de toda esta serie de textos. La Naturaleza Perfecta es la «entidad espiritual» (rûhânîyat), el «Ángel del filósofo», el guía personal que le inicia particularmente a la sabiduría. Es, en definitiva, otro nombre de Daênâ, el Alter ego celestial, Figura de luz, a semejanza del alma que en el zoroastrismo y en el maniqueísmo se aparece al elegido en el momento de su exitus. La visión que Hermes tuvo de su Naturaleza perfecta es comentada por Sohravardî, y después de él por toda la escuela ishrâqî (infra, VII), hasta Mollâ Sadrâ y los discípulos de sus discípulos. Veremos cómo, a través del tema de la «Naturaleza Perfecta», Abû’l-Barakât Baghdâdî (infra V, 6) deducirá, de manera muy personal, las implicaciones de la doctrina aviceniana de la Inteligencia agente. Se puede seguir la huella de la «Naturaleza Perfecta» bajo otros nombres: es a ella a quien busca el peregrino de las epopeyas místicas persas de ’Attâr; la volvemos a encontrar en la escuela de Najm Kobrâ, designada como «Testigo del Cielo» o «guía invisible». Es también el daimón socrático y el daimón personal de Plotino . Es sin duda gracias al hermetismo como toda una estirpe de sabios del Islam pudo tomar conciencia de ese «yo celestial», «yo en segunda persona», que constituye el fin de su peregrinación interior, es decir, de su realización personal. [CorbinHFI]
Daena é com efeito o Anjo feminino que tipifica o Eu transcendente ou celeste; ela aparece à alma na aurora que segue a terceira noite depois de sua partida do mundo, ela é sua Glória e seu Destino, seu Aion. A indicação quer portanto dizer que da Terra celeste, quer dizer da Terra percebida e meditada em seu Anjo, é engendrada e formada a substância do Eu celeste ou Corpo de Ressurreição. Isso que dizer igualmente que o destino da Terra confiado ao poder transfigurados das almas de luz, leva ao coroamento destas almas, e reciprocamente. E tal é o sentido profundo da oração masdeísta muitas vezes repetida no curso das liturgias: «Possamos ser aqueles que operarão a Transfiguração da Terra».
O mistério desta Imago Animae projetando a Imago terrae, e reciprocamente o mistério desta Forma imaginal da Terra «substantificando» a formação do Eu total a vir, se exprime em termos de angelologia na relação que acabamos de lembrar. Spenta Armaiti que os textos palavis compreendem como Pensamento Perfeito, Meditação silenciosa, e cujo nome que Plutarco traduziu exelentemente por Sophia, esclarece a via de uma sofiologia masdeísta, — Spenta Armaiti é ao mesmo tempo a «mãe» de Daena e aquela cujo fiel masdeísta é iniciado desde a idade de quinze anos a professar: «Tenho por mãe Spandarmat, o Arcanjo da Terra, e por pai Ohrmazd, o Senhor Sabedoria». Nisto que é aqui o principium relationis, podemos perceber algo como um sacramentum Terrae masdeísta; e sua essência, e segundo o nome mesmo de Sophia, pode ser designada como uma geosofia, quer dizer como sendo o mistério sofiânico da Terra, cuja consumação será a Transfiguração escatológica (frashkart).
Completando este mismo paisaje de la escatología individual, también se sitúa, en medio del mundo, en Eran-Vej, otra alta montaña, Chakad-i-Daitik (el pico del juicio). Desde su cima surge el Puente Chinvat, en cuya entrada tiene lugar el encuentro del alma con Daena, su Yo celeste, o por el contrario con la horrible aparición que no le refleja más que su yo mutilado y desfigurado por todas las fealdades, privado de su arquetipo celeste. Es la situación primordial en la que la Imago Terrae, transformando los datos externos materiales, presenta al alma perfecta los lugares y los paisajes simbólicos de su eternidad anticiada, esos en los que el alma encentra su propia Imagen celeste. El alma perfecta atraviesa el Puente Chinvat con su vuelo espiritual y la fuerza de sus actos; avanza hasta las estrellas, más tarde hasta la Luna, luego hasta el Sol y después hasta las Luces infinitas. Éstas son las cuatro etapas del crecimiento de Alburz. De este modo, el Puente Chinvat une la cima que está en el centro del mundo con la montaña cósmica y su ascensión conduce al Garotman, a la "Morada-de-los-Himnos".
Frithjof Schuon
El Islam admite igualmente los jînn, los «espíritus», tales como los genios de los elementos — gnomos, ondinas, silfos, salamandras — y también otras criaturas inmateriales, vinculadas a veces a montañas, cavernas, árboles, a veces a santuarios; intervienen en la magia blanca o negra, es decir, bien en el chamanismo terapéutico, bien en la hechicería.
Toufy Fahd
O teólogo hanbalita Ibn Taymiyya, defensor infatigável da pureza da doutrina muçulmana, disse a propósito dos djinns (gênios): « não existe divergência entre os muçulmanos quanto às suas existências e todos os descrentes os reconhecem; pois, tal fato deriva necessariamente do que se é dito periodicamente nas histórias dos profetas que ninguém ignora. Só alguns filósofos ignorantes chegam a ponto de negar. »
Esse dogma da existência dos djinns (gênios) que repousa sobre o consenso geral e na profecia é colocado a mais com destaque por Ibn Hazm que diz: deriva do texto sagrado (naçç) que « eles formam uma nação dotada de razão e de discernimento, que eles praticam uma religião e são submetidos aos fins últimos, que engendram e morrem. Todos mulçumanos os reconhecem e até mesmo os cristãos, os zoroastrianos, os sabeanos e a maioria dos judeus, a exceção dos samaritanos. Quem quer que negue a existência dos djinns (gênios) ou dê uma interpretação que exclua a realidade exterior, é um descrente associador (discípulo de Cristo, cf. trad. francesa no Alcorão ) cujo sangue e fortuna são lícitos ».
Tal afirmação tira sua força e vigor dos dados claros e evidentes do Nobre Alcorão: « E os jânn108 Nós os criamos antes (do homem) feito de fogo muito ardente (as-samûm) » (Cor. 15, 27) ou « de uma língua (mârij) de fogo » (Cor. 55, 15).
A Tradição retomou essas palavras divinas sem comentário sobre a natureza dos djinns (gênios), mas com força de detalhes sobre as relações temporais e espaciais com o homem; pois, no Nobre Alcorão e na Tradição, é estabelecido um paralelismo estreito e constante entre essas duas categorias de seres, chamados de uma só palavra, ath-thaqalân, quer dizer, os mais preciosos dentre as criaturas terrestres.
Primeiros habitantes da terra que eles povoaram abundantemente, os djinns (gênios) tinham a realeza, a profecia, a religião e a lei; mas fizeram o mal e abandonaram as recomendações de seus profetas. Deus enviou contra eles um exército de anjos que habitaram a terra e fizeram recuarem até os confins das ilhas.
Entretanto, certas partes da terra árabe foram reconquistadas pelos djinns (gênios) ou lhes foram atribuídas: Ubâr, entre Yamâma e Shihr, região inacessível aos homens, foi retomada por eles. « Quando Deus fez perecer o povo chamado Wabâr, como tinha feito perecer Tasm, Jadis, Tmlâq, Thamûd e ‘d, os djinns (gênios) vieram habitar seus países e defenderam contra todos aqueles que os cobiçavam; pois, era a terra a mais fértil, a mais rica em árvores, frutos suculentos, cereais, vinhas, tamareiras e bananeiras. Se, na época atual, um homem se aproximar, seja deliberadamente, seja por engano, os djinns (gênios) lhe enganarão; se recusar voltar para trás, o tornarão louco ou até mesmo o matarão. »
Na época da dispersão dos Árabes, após a ruptura do dique de Ma’rib, a tribo dos Tayy’ veio ocupar os montes Ajâ e Salmâ, onde ninguém habitava. As mais magras palmeiras estavam carregadas de tâmaras; os Tayy’itas sustentavam que naquele tempo, os djinns (gênios) fecundavam as palmeiras.
Não somente as regiões desérticas e as terras desabitadas, mas também os pequenos bosques e os bosques cerrados são dos domínios dos djinns (gênios). Esses últimos mataram duas pessoas por terem queimado um terreno arborizado e por tê-lo cultivado. Quando as chamas surgiram, se ouviu gemidos e um grande barulho; depois apareceram serpentes brancas que voavam por cima do fogo.
No advento do Islame, os djinns (gênios) pareceram usufruir de uma larga expansão. A tradição nos conserva um texto bastante curioso que faz do Profeta o arbitro incontestado entre djinns (gênios) muçulmanos e djinns (gênios) associadores: estava uma vez isolado por suas necessidades; tendo seguido com a água, Bilâl escutou discussões e palavras em uma língua que não compreendia. O Profeta lhe explicou que os djinns (gênios) muçulmanos e djinns (gênios) associadores discutiam diante dele e lhe pediram para delimitar a zona que cada um dos dois grupos devia habitar. « Fiz habitar, disse, os djinns (gênios) associadores nas terras baixas (da Tihâma) e os djinns (gênios) muçulmanos sobre os altos platôs (do Najd). » [Excertos traduzidos por Antonio Carneiro de «Génies, anges et démons»]