1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo estender demasiadamente este ensaio, limito-me a expor aqui os principais aspectos do (…)
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Barbuy, Heraldo
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Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro -
Barbuy: Cristianismo e Angústia
8 de outubro de 2021Tornou-se corrente na Filosofia da Cultura estabelecer distinções radicais entre o Tempo histórico e o Tempo mítico, entre o Tempo cósmico e o Tempo humano . Em outra linha, a filosofia contemporânea, principalmente a partir de Kierkegaard, explicita o tempo do Cristianismo como um tempo essencialmente angustioso, porque um tempo em que nos salvamos e nos perdemos. A existência posta como drama é a existência posta pelo tempo cristão. O tempo cristão é dramático, por oposição ao tempo (…)
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Barbuy: Valor e Transcendência
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro1. Toda teoria psicologista e relativista do valor, leva à negação deste último. O valor é um fenômeno da experiência vital, que não comporta explicações fora da Transcendência e da objetividade. A fenomenologia permite estabelecer que a nossa vivência íntima do valor é uma vivência da sua objetividade. Metafisicamente o valor é objetivo: a distinção entre valor e ser, tão vivamente estabelecida na filosofia mais autêntica dos valores, não poderia encontrar explicação fora da identificação (…)
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Barbuy: Pavlovismo como Teoria da Vida
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro1. O pavlovismo se apresenta como o último remanescente das interpretações mecânicas da vida. Formulado no estilo e no espírito das teorias mecanicistas do século XIX, não ultrapassa os quadros do positivismo e constitui ainda hoje, como teoria, uma re-exposição do naturalismo científico. Como todo positivismo do século XIX, a teoria de Pavlov pretende ser o resultado de um rigoroso método indutivo, uma interpretação da vida fundada em experiência de laboratório, com a redução da qualidade à (…)
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Barbuy: Sartre e Heidegger
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroSe o existencialismo contemporâneo dá como estrutura do existir o estar-jogado-no-mundo, isto significa para o homem atual o ter sido arremessado ao vazio, onde só há para ele, segundo Heidegger, a impossibilidade radical de conhecer o onde e o porque. — No vazio, não pode haver um onde e um para que.
O indivíduo humano está isolado, porque já não há mais o sentido da realidade, desde que as interpretações científicas do mundo destruíram a realidade. A pressão científica do geral e do (…) -
Barbuy: Kierkegaard (2) - Formas do Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroI — O ego é primeiramente uma síntese consciente de infinito e de finito, que se relaciona consigo mesma e cujo fim é tornar-se ela mesma, o que só pode fazer relacionando-se com Deus, que a colocou como síntese. Salvar-se é tornar-se si mesmo em suas relações com Deus. Este tornar-se si mesmo é certamente um vir-a-ser concreto, que não se pode cumprir nem só num, nem só noutro dos termos da antítese, senão se estabelece a desarmonia, o desespero, pela negação do finito, ou do infinito. O (…)
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Barbuy: Kierkegaard (1) - Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroA teoria do desespero em Kierkegaard demonstra que o drama do espírito humano não tem apenas raízes psicológicas, mas radica também no próprio ser do homem; o desespero é ôntico, é uma categoria do espírito, como o pecado, e não pode ser examinado só como sintoma de neuroses colhidas na infância individual. O desespero que resulta, segundo Kierkegaard, do querer ser si mesmo ou do não querer ser si mesmo, vem de uma discordância interna da síntese que o homem é: síntese de finito e de (…)
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Barbuy: Progresso (10) - progresso indefinido
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro10. Mas a ideia do progresso ilimitado, não é apenas uma adulteração do testemunho bíblico do paraíso perdido: e também uma grotesca materialização da doutrina católica da salvação. O Cristianismo instaurou uma noção do progresso toda espiritual, como de uma purificação e ascensão para o alto: tal é também a fisionomia das torres góticas que se afilam na proporção em que ascendem. Mas a ideia cristã do progresso é a de um progresso individual, pelo aperfeiçoamento interior, na ascensão (…)
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Barbuy: Progresso (9) - Paraíso Perdido
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro9. Em quase todos os povos antigos a legendária reminiscência de um Paraíso Perdido se associou a uma inconsciente noção regressiva da história. Esta noção é implícita ao culto dos antepassados, à crença de que o fundador da cidade era um herói semi-divino, do qual se descendia, declinando. As virtudes do passado assomavam como valores perdidos pelo presente e a tradição, em vez da revolução, adquiria um sentido social predominante. A reminiscência de um passado feliz e distante se encontra (…)
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Barbuy: Progresso (8) - Paraíso no futuro
7 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro8. O mito do progresso indefinido, negando o pecado original, a ordem natural e as essências ônticas, não é outra cousa senão o produto de uma inversão pela qual se colocou, no futuro da sociedade terrestre, o Paraíso Perdido, que todas as tradições colocavam no passado. Tendo rejeitado a crença bíblica no Paraíso que foi perdido, os sociólogos, historiadores, filósofos e reformadores progressistas, delinearam a maneira pela qual a sociedade terrestre deveria encontrar o paraíso a ser (…)