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percepção sensorial

quinta-feira 25 de janeiro de 2024

  

Percepção sensorial (aesthêsis)

Sobre a terminologia e o papel histórico em Platão: a palavra grega aisthêsis ou o verbo correspondente aisthanesthai têm um campo semântico substancialmente mais amplo do que aquilo que entendemos por “percepção sensorial” e designam toda apreensão da realidade, até mesmo uma compreensão racional (Crát. 432d; Banq. 202a; Teet. 149d). Isso se aplica particularmente à apreensão de si mesmo em determinada situação (Teages   122c; Alcib. 1 135c). A aisthêsis de si mesmo possibilita uma opinião formulável (doxa) sobre o objeto que o indivíduo experimenta em si mesmo (Cárm. 159a). Além disso, aisthêsis pode designar cada sentido individual (Rep.   507e; Féd.   73c). — Se o principiante matemático Teeteto   explica o saber (epistêmê) pelo fato de que alguém apreende (aisthanetai, Teet. 151e), ele não quer dizer que todo saber consiste na percepção sensorial, mas que ele é uma apreensão das coisas, tal como elas, segundo a doutrina de Protágoras, aparecem (phainetai, Teet. 152b) ao observador no momento da observação (trata-se, portanto, de uma verdade subjetiva no sentido do conhecimento autorreferido: Teet. 160c); aqui se trata apenas de coisas que se modificam constantemente no sentido de Heráclito (Teet. 152e). No entanto, a definitiva refutação da tese de Teeteto (Teet. 184-186), justamente numa descrição da percepção sensorial, consiste na comparação com um juízo racional. percepção sensorial e, com isso, fundamentado a pesquisa filosófica desse fenômeno (Frede 1987, p. 3). [SHÄFER]