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corrente de união

terça-feira 30 de abril de 2024

  

Entre os símbolos maçônicos que hoje em dia parecem ser muito pouco compreendidos encontra-se o da "corrente de união", que cerca a parte superior da Loja. Nas corporações de ofício se fala em "corrente de aliança". Alguns querem ver na corrente de união, o cordel de que se serviam os maçons operativos para traçar e delimitar o contorno de um edifício. Esse símbolo é também denominado "borla denteada", que mais parece designar propriamente o contorno de um dossel.

A partir do momento que o edifício está concluído, e mesmo a partir do momento em que começa a ser levantado, o cordel evidentemente não desempenha mais qualquer função. Desse modo, a posição da "corrente de união" não se refere exatamente ao traçado que serviu para realizar, mas sim ao seu protótipo cósmico, cuja lembrança, pelo contrário, tem sempre sua razão de ser para determinar a significação simbólica da Loja e de suas diferentes partes. O próprio cordel, sob a forma da "corrente de união", torna-se então o símbolo do "quadro" do Cosmo, e sua posição pode ser compreendida sem dificuldades se, como ocorre de fato, esse "quadro" possui um caráter celeste e não mais terrestre. Por tal transposição, podemos acrescentar, a terra nada mais faz que restituir ao céu o que ela antes havia tomado emprestado.

O que torna o sentido do símbolo particularmente claro é que o cordel, na qualidade de "instrumento", constitui-se de uma simples linha, enquanto que a "corrente de união", ao contrário, tem nós de espaço a espaço ("laços de amor"). Esses nós são ou devem normalmente ser em número de doze e correspondem, como é evidente, aos signos do Zodíaco. Alguns pensam que esses doze nós implicam, ao menos "idealmente", a existência de igual número de colunas, ou seja, mais dez além das duas colunas do Ocidente correspondentes às extremidades da "corrente de união". Pode-se observar, a propósito, que uma disposição semelhante, ainda que sob a forma circular, encontra-se em certos monumentos megalíticos, cuja relação com o Zodíaco é também evidente. E, de fato, o Zodíaco, no interior do qual se movem os planetas, constitui-se num verdadeiro "invólucro" do Cosmo, ou seja, o "quadro" [a "moldura"] de que já falamos,» e é evidente que se trata realmente, como dissemos, de um "quadro" celeste. [Guénon]


Ver online : René Guénon