Antropologia Filosófica Ernst Cassirer Trad. Vicente Felix de Queiroz Editora Mestre Jou 1972
Parece ser universalmente admitido que a meta mais elevada da indagação filosófica é o conhecimento de si próprio. Em todos os conflitos travados entre as diferentes escolas filosóficas, este objetivo permaneceu invariável e inabalado: revelou-se o ponto de Arquimedes, o centro fixo e imutável, de todo pensamento. Nem mesmo os mais céticos pensadores negaram a possibilidade e a necessidade do (…)
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coragem-covardia etc
andreia / andreía / ἀνδρεία / fortitudo / coragem / deilia / δειλία / covardice / timidez
gr. ἀνδρεία, andreía (he): coragem. Latim: fortitudo. Feminino substantivado do adjetivo andreios: masculino, viril, derivado de anér (gen. andrós): o homem masculino. Andreía é, em primeiro lugar, a coragem do guerreiro, bravura, valentia. Tornou-se depois virtude interior de força para o bem. [Gobry ]
Matérias
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Cassirer: A CRISE NO CONHECIMENTO DO HOMEM SOBRE SI MESMO
23 de março de 2022, por Cardoso de Castro -
Giuseppe Lumia: a filosofia da existência - Nietzsche
5 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroSe Kierkegaard forneceu ao existencialismo o motivo divino, Nietzsche forneceu-lhe o motivo demoníaco. Com Nietzsche, a crise dos valores que atormenta o mundo moderno atinge plena consciência.
Contrariamente ao fácil otimismo do seu século, ele reconhece que a vida é dor, luta, incerteza, erro; mas repele a atitude de renúncia que conduz à ascese, e aceita a vida como ela é, com os seus caracteres irracionais e absurdos. Condena a moral cristã e, pela boca do profeta Zaratustra, proclama (…) -
Pessoa: REFLEXÕES SOBRE MORAL E ÉTICA
27 de julho de 2014, por Cardoso de CastroO Problema do Mal
A ideia de que esta vida é injusta assenta na de que esta vida é toda a vida, e disto não há prova. Não há dúvida que existe o mal; o de que pode haver dúvida é de que o mal vença, ou de que o mal representa justiça. Qualquer mal que haja, ainda que dê em bem, é mal em si mesmo; não é, porém, necessariamente injustiça. Pode ser o resultado de uma causa anterior, a nós incógnita; pode ser a provação para a conquista de um bem futuro, que desconhecemos. A Moral
1. Moral (…) -
Plotino - Tratado 1,5 (I,6,5) - Afetos ligados ao encontro do belo
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
5. Devemos, portanto, inquirir os amantes a respeito do que não está na sensação: Que sentis ante às chamadas belas ocupações, aos belos modos, aos comportamentos temperantes e, de modo geral, às ações da virtude, às disposições e à beleza das almas? Vós, vendo-vos belos em vossos interiores, que [310] experimentais? Como vos dionisais [anabakcheuesthai], e vos excitais, e desejais congregar-vos convosco, colhendo-vos de vossos corpos? Pois é isso que sentem os verdadeiros (…) -
Plotino - Tratado 46,10 (I, 4, 10) — Independência da intelecção
9 de junho de 2022, por Cardoso de CastroIgal
10 Pero acaso pasa inadvertido para nosotros porque no se ocupa de ninguno de los sensibles. Nos parece, en efecto, que actúa a través de la sensitividad como medianera al nivel de los sensibles y con los sensibles por objeto. Pero ¿por qué la inteligencia no ha de actuar por sí misma? ¿Por qué no también el alma intelectiva, la que es anterior a la sensación y, en general, a la percepción consciente? El acto anterior a la percepción consciente debe existir, puesto que «pensar y ser (…) -
Plotino - Tratado 25,2 (II, 5, 2) — O ser em potência e sua relação ao ato
8 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
2. Hemos de considerar ahora respecto a la materia, si está en potencia relativamente a las formas que recibe, y si, en cualquier otro sentido, es o no un ser en acto, así como, de un modo general, si todos los demás seres que estimamos en potencia y que permanecen luego de haber tomado una forma, pasan a ser seres en acto, o si con la expresión "en acto" hemos de referimos tan sólo a la estatua, opuesta como tal estatua en acto a la estatua que se encuentra en potencia, aunque no (…) -
Plotino - Tratado 19,7 (I, 2, 7) — Implicação mútua das virtudes.
28 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castrotradução
7. As virtudes na Alma decorrem em uma sequência correspondente àquela existente no supra-mundo, que está entre seus exemplares no Princípio-Intelectual.
No Supremo, Intelecção constitui Conhecimento e Sabedoria; auto-concentração é Sophrosyne; Seu Ato próprio é Sua Obrigação; Sua Imaterialidade, pela Ela permanece inviolada dentro de Si mesma é o equivalente de Fortitude.
Na Alma, a direção da visão em direção ao Princípio-Intelectual é Sabedoria e Prudência, as virtudes da (…) -
Barbuy: Kierkegaard (2) - Formas do Desespero
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroI — O ego é primeiramente uma síntese consciente de infinito e de finito, que se relaciona consigo mesma e cujo fim é tornar-se ela mesma, o que só pode fazer relacionando-se com Deus, que a colocou como síntese. Salvar-se é tornar-se si mesmo em suas relações com Deus. Este tornar-se si mesmo é certamente um vir-a-ser concreto, que não se pode cumprir nem só num, nem só noutro dos termos da antítese, senão se estabelece a desarmonia, o desespero, pela negação do finito, ou do infinito. O (…)
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Plotino - Tratado 19,3 (I, 2, 3) — As virtudes são purificações
29 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castronossa tradução
da versão de MacKenna
3. Chegamos agora àquele outro modo de Semelhança o qual, lemos, é o fruto de virtudes sutis: discutindo isto devemos penetrar mais profundamente na essência da Virtude Cívica e ser capaz de definir a natureza da espécie mais alta cuja existência devemos estabelecer além de qualquer dúvida.
Para Platão, indiscutivelmente, há duas ordens distintas de virtude, e a cívica não é suficiente para a Semelhança: "Semelhança a Deus", diz ele, "é uma fuga dos (…) -
Plotino - Tratado 1 (I,6) - Sobre o belo (estrutura)
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroLaurent
PLOTIN, Traités 1-6. Paris: GF Flammarion, 2002, p. 237-239
Plano detalhado do tratado segundo seu recente tradutor para o francês, Jérôme Laurent:
Capítulo 1: Que espécies de coisas são belas; crítica da definição estoica da beleza. 1-11. Relembrando o Hípias maior e o Banquete. 12-20. Os corpos não são belos por si mesmos, mas por participação (methexis) a uma Forma (eidos). 21-25. Relembrando a tese estoica sobre o belo. 25-30. Consequências absurdas da definição do belo (…) -
Plotino - Tratado 2,8 (IV, 7, 8) — Se a alma fosse um corpo não teria pensar
14 de maio de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
8. Porque no es posible pensar, si el alma es realmente un cuerpo, de qué clase de cuerpo podría tratarse. Veamos para ello: si la sensación consiste en el uso del cuerpo por parte del alma para la percepción de las cosas sensibles, el pensamiento entonces, no consiste en percibir por medio del cuerpo, ya que en ese caso sería la misma cosa que la sensación. Si pensar consiste en percibir sin el cuerpo, conviene con mayor razón que el ser que piensa no sea un cuerpo. Porque, en fin (…) -
Barbuy: Sartre e Heidegger
8 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroSe o existencialismo contemporâneo dá como estrutura do existir o estar-jogado-no-mundo, isto significa para o homem atual o ter sido arremessado ao vazio, onde só há para ele, segundo Heidegger, a impossibilidade radical de conhecer o onde e o porque. — No vazio, não pode haver um onde e um para que.
O indivíduo humano está isolado, porque já não há mais o sentido da realidade, desde que as interpretações científicas do mundo destruíram a realidade. A pressão científica do geral e do (…) -
Plotino - Tratado 53,1 (I, 1, 1) — Qual é o sujeito da sensação?
9 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castronossa tradução
desde MacKenna
1. Prazer [hedone] e angústia [lype], medo [phobos] e coragem [tharre, andreia], desejo [epithymia] e aversão [apostrophe], onde estas afetividades e experiências se assentam? Claramente, somente na alma [psyche], ou na alma no emprego do corpo [soma], ou em alguma terceira entidade derivando de ambos. Para esta terceira entidade, consequentemente, existem dois modos possíveis: poderia ser uma combinação ou uma forma distinta devida à combinação. E o que se (…) -
Plotino - Tratado 53,2 (I, 1, 2) — A alma é nela mesma impassível e não misturada: as afecções logo não podem lhe pertencer
9 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castrominha tradução
desde MacKenna
2. A primeira investigação nos obriga a considerar de partida a natureza da alma [psyche] - ou seja se uma distinção deve ser feita entre alma e alma essencial [psyche einai] [entre uma alma individual e a alma-espécie em si mesma].
Se uma tal distinção se dá, então a alma [no homem] é alguma espécie de composto [syntheron] e ao mesmo tempo podemos concordar que é um recipiente e - se só a razão [logos] permite - que todas as afetividades [pathe] e (…) -
Edith Stein (CC) – João da Cruz como escritor
12 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroQuem quiser compreender a doutrina de São João da Cruz desde suas raízes na alma, deverá familiarizar-se com as características e peculiaridades de seus escritos, suas origens e vicissitudes.
Sendo que São João foi declarado Doutor pela Santa Igreja, quem desejar esclarecer-se sobre questões de mística, no âmbito da doutrina católica, deverá a ele se dirigir. Mesmo fora da Igreja, João é reconhecido como autoridade e guia seguríssimo, indispensável a quem deseja seriamente ser introduzido (…) -
Nietzsche (GC:§373) – O preconceito “científico”
14 de novembro de 2021, por Cardoso de Castroportuguês
373 — O preconceito “científico” — As leis da hierarquia proíbem aos sábios que pertencem à classe intelectual média distinguir os grandes problemas, os verdadeiros pontos de interrogação; nem a sua coragem nem a sua vista podem, de resto, ir assim muito longe; é preciso dizer sobretudo isto: que a necessidade que os leva às pesquisas, a ambição, o desejo íntimo que podem ter de encontrar as coisas feitas desta e daquela maneira, o receio, a esperança que experimentam, depressa (…) -
Cassirer: A CRISE NO CONHECIMENTO DO HOMEM SOBRE SI MESMO (1)
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroParece ser universalmente admitido que a meta mais elevada da indagação filosófica é o conhecimento de si próprio. Em todos os conflitos travados entre as diferentes escolas filosóficas, este objetivo permaneceu invariável e inabalado: revelou-se o ponto de Arquimedes, o centro fixo e imutável, de todo pensamento. Nem mesmo os mais céticos pensadores negaram a possibilidade e a necessidade do conhecimento próprio. Desconfiavam de todos os princípios gerais relativos à natureza das coisas, (…)
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Plotino - Tratado 51,4 (I, 8, 4) — Os males segundos: males dos corpos e vícios da alma
2 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroIgal
4 En cambio, la naturaleza de los cuerpos, por cuanto participa de materia, será un mal no primario. Porque, eso sí, los cuerpos poseen una forma inauténtica, están privados de vida, se destruyen unos a otros, es desordenado el movimiento que originan, son impedimento para el alma — para la actividad propia del alma — y eluden la sustancia, fluyendo como están constantemente: son un mal de segundo orden. Pero el alma no es mala por sí misma, y tampoco es mala toda ella. — ¿Pues cuál (…) -
Plotino - Tratado 39,5 (VI, 8, 5) — Que relação estabelecer entre virtude e liberdade?
8 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castrotradução
5. — Por conseguinte, deve-se situar a livre disposição de si e a capacidade de depender de si no único Intelecto que pensa, quer dizer no intelecto puro, ou melhor igualmente na alma cujo ato é conforme ao intelecto e cuja ação é conforme à virtude? Desde então, se nos acordamos estas capacidades à alma engajada na ação, a princípio, não é preciso sem dúvida acordá-lo à realização da ação. Pois nós não somos mestres do azar. Por outro lado, se nós as acordamos à ação realizada (…) -
Plotino - Tratado 1,6 (I,6,6) - A purificação da alma
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
6. Pois, como diz o antigo ensinamento, a temperança, a coragem e toda virtude é purificação, inclusive a própria sabedoria. Por isso os mistérios corretamente enigmam que o não purificado, indo ao Hades, jazerá na lama, porque o que não é puro é amigo da lama por sua maldade : como os porcos, não puros de corpo, se comprazem com esse tipo de coisa . Que seria, então, a verdadeira temperança senão o não associar-se aos prazeres do corpo, fugir deles por não serem puros nem próprios (…)