Laurent
PLOTIN, Traités 1-6. Paris: GF Flammarion, 2002, p. 237-239
Plano detalhado do tratado segundo seu recente tradutor para o francês, Jérôme Laurent:
Capítulo 1: Que espécies de coisas são belas; crítica da definição estoica da beleza. 1-11. Relembrando o Hípias maior e o Banquete. 12-20. Os corpos não são belos por si mesmos, mas por participação (methexis) a uma Forma (eidos). 21-25. Relembrando a tese estoica sobre o belo. 25-30. Consequências absurdas da definição do belo (…)
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causa etc
aition / αἴτιον / aítion / aitía / causa / causação / culpa / anaitios / responsabilidade / ἐξαρτῶ / exarto / dependência / depender / Pratityasamutpada / originação dependente / satkaryavada / asatkaryavada
gr. αἴτιον, aítion (ou aitía): culpabilidade, responsabilidade, causa. O conhecimento de uma coisa, qualquer que seja, supõe que se possa lhe atribuir uma causa, cuja definição permitirá não somente explicar porque esta coisa é o que ela é, mas ainda compreender porque esta coisa é o que ela é, o que é sua razão de ser. (Luc Brisson )
gr. ἐξαρτῶ, exarto = depender, dependência
O oposto de satkaryavada na filosofia indiana é asatkaryavada, que geralmente é sustentado pelo budismo, e; a visão oposta ou oposta à vivartavada (dentro da estrutura de satkaryavada) é a teoria da transformação sustentada pelo sistema. Temos então:
satkaryavada | asatkaryavada |
o efeito preexiste na causa | o efeito existe independentemente da causa |
Advaita e Samkhya | Budismo, Mimansa, Nyaya-Vaisesika |
vivarta-vada | parinama-vada |
Advaita | Samkhya |
o efeito é pura ‘aparência’ | o efeito é uma verdadeira ‘transformação’ |
[Deutsch ]
Matérias
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Plotino - Tratado 1 (I,6) - Sobre o belo (estrutura)
18 de setembro de 2021, por Cardoso de Castro -
Espinosa (Cartas:58) – livre-arbítrio
15 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroMas desçamos às coisas criadas, que são todas determinadas a existir por causas exteriores e a agir de um modo determinado. Para tornar isso claro e inteligível, concebamos uma coisa muito simples: uma pedra, por exemplo, recebe de uma causa exterior, que a empurra, uma certa quantidade de movimento e, tendo cessado o impulso da causa exterior, ela continuará a mover necessariamente. Essa persistência da pedra no movimento é uma coação, não porque seja necessária, mas porque se define pelo (…)
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Szlezák (Plotino:97-99) – energeia em Plotino
2 de fevereiro de 2022, por Cardoso de CastroA ferramenta conceitual decisiva por meio da qual Plotino quer tornar compreensível o desenvolvimento do Uno para o múltiplo, que, em última análise, é inexplicável, é a teoria da dupla ἐνέργεια. Cada coisa dispõe de uma ἐνέργεια que constitui o seu ser, e de uma segunda ἐνέργεια que é diferente da primeira, mas dela gerada. Por exemplo, no fogo podem ser distinguidos um calor essencial e um calor gerado do primeiro, transmitido a outros objetos (2, 27-33). Assim acontece também no Uno: em (…)
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Plotino - Tratado 1,9 (I,6,9) - A alma torna-se integralmente luz
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
9. E o que vê essa visão interior? Recém-desperta, não pode ver completamente as coisas radiantes . É preciso, então, acostumar a própria alma a ver primeiro as belas ocupações; em seguida, as belas obras, não essas que as artes realizam, mas as dos chamados homens bons; depois, vê tu a alma dos que realizam as belas obras . Como verias o tipo de beleza que uma alma boa possui? Recolhe-te em ti mesmo e vê; e se ainda não te vires belo, como o escultor de uma estátua que deve (…) -
Plotino - Tratado 26,6 (III, 6, 6) — Refutação da tese estoica segundo a qual o ser é corporal
28 de janeiro de 2022, por Cardoso de CastroBaracat
6. Foi dito que se deve considerar a essência inteligível, a que pertence toda ela à ordem da forma, como impassível. Mas, uma vez que também a matéria é uma das coisas incorpóreas, ainda que o seja de outro modo, deve-se investigar também a seu respeito, de que modo ela é, caso seja passível, como se diz, modificável de acordo com todas as coisas, ou se também ela deve ser concebida como impassível e qual é o modo de sua impassibilidade.
Primeiro, porém, é preciso que nós, que (…) -
Plotino - Tratado 1,7 (I,6,7) - A visão bem-aventurada: união da alma ao belo e ao bem
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
7. É preciso, então, ascender novamente ao bem, ao qual toda alma almeja. Se alguém o viu, sabe o que digo , como ele é belo. Ele é desejável por ser bom e o desejo tende a ele, mas a obtenção do bem é para aqueles que se alçam ao superior, que estão convertidos e que se despem do que vestimos ao decair – assim como para aqueles que se alteiam aos ritos sagrados dos templos há purificações, despojamentos das vestes de antes e o avançarem nus –, até que, ultrapassado na ascensão (…) -
Plotino - Tratado 1,1 (I,6,1) - Que espécies de coisas são belas
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
1. O belo [kalon] está sobretudo na visão [opsis], mas está também na audição, por conta de combinações [synthesis] de palavras, e está também na música [mousike] de todos os tipos: pois melodias [mele] e ritmos [rythmos] também são belos; há também, para aqueles que se elevam das sensações [aisthesis] ao que é superior, belas ocupações, ações [praxis], hábitos [hexis], conhecimentos [episteme] e ainda a beleza das virtudes [arete] . E se houver alguma ainda anterior a essas, ela (…) -
Plotino - Tratado 1,5 (I,6,5) - Afetos ligados ao encontro do belo
18 de setembro de 2021, por Cardoso de CastroBaracat
5. Devemos, portanto, inquirir os amantes a respeito do que não está na sensação: Que sentis ante às chamadas belas ocupações, aos belos modos, aos comportamentos temperantes e, de modo geral, às ações da virtude, às disposições e à beleza das almas? Vós, vendo-vos belos em vossos interiores, que [310] experimentais? Como vos dionisais [anabakcheuesthai], e vos excitais, e desejais congregar-vos convosco, colhendo-vos de vossos corpos? Pois é isso que sentem os verdadeiros (…) -
Plotino - Tratado 39,1 (VI, 8, 1) — Exposição do objeto da pesquisa
6 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castrotradução
1. É possível investigar, mesmo a respeito dos deuses [theois], se algo depende deles, ou melhor convém limitar esta investigação às faculdades dos homens [anthropos], fracas e hesitantes, estando entendido que se deve acordar aos deuses o poder sobre todas as coisas, e que não é uma só coisa que deles depende, mas todas? Ou bem o poder total e o fato de ter todas as coisas em seu poder devem em verdade ser acordados ao Uno [hen], quando, para os outros seres, alguns exercem seu (…) -
Plotino - Tratado 39,18 (VI, 8, 18) — Imagens e expressões que significam aquilo que é o Bem
19 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
18. Para buscar este principio, nada deberá indagarse fuera de El. Pero todo lo que busquéis en su interior buscadlo en lo que le sigue; a El dejadle por completo tranquilo. Lo que está fuera de El no es otra cosa que él mismo, que lo abraza y lo mide todo. O mejor todavía, El se encuentra en lo más profundo de las cosas. Fuera de El y rodeándole o suspendidas de El están la razón y la inteligencia. Y aun ese título de inteligencia descansará en el contacto o enlace con El; pues es (…) -
Plotino - Tratado 39,4 (VI, 8, 4) — Objeção: não é possível conceder a liberdade aos seres inteligíveis
8 de janeiro de 2022, por Cardoso de Castrotradução
4. — Pode-se se perguntar no entanto como o que advém segundo nosso desejo [orexis] será uma livre disposição de si [exousia], se é verdade que o desejo é levado para o que é exterior e se encontra em estado de falta. Pois é o que é desejado que porta o desejo, mesmo se é levado para o que é bom [agathon]. Além do mais, a respeito do intelecto [noûs] ele mesmo uma dificuldade se apresenta: pode-se sustentar que ele possui a liberdade [eleutheria] e a capacidade de fazer [energon] (…) -
Plotino - Tratado 39,10 (VI, 8, 10) — Sequência da refutação do advir acidental do Bem
19 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
10. Convendría preguntar al que dice que el Bien es como es por accidente: ¿y cómo juzgaría, si los hubiese, que algunos hechos accidentales son engañosos? ¿Cómo sería capaz de negar el carácter accidental? Posiblemente respondería que cuando se da una cierta naturaleza se prescinde de la noción de accidente. Mas si atribuye al azar la naturaleza que desecha los accidentes, ¿cómo entonces podría decir que no todo proviene del azar? El principio de que hablamos es ciertamente el que (…) -
Plotino - Tratado 39,14 (VI, 8, 14) — Refutação da existência contingente do Bem
19 de junho de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
14. Y aún convendrá plantear las cosas de esta manera: lo que nosotros entendemos por ser es, o bien idéntico a sí mismo, o bien diferente de si. Tomamos el ejemplo del hombre y vemos que difiere de su esencia, que es la humanidad, aunque verdaderamente participe de ella. En cuanto al alma, se considerará idéntica a su esencia si es de hecho un ser simple que no dice relación a otra cosa . El hombre, visto en sí mismo, también sería idéntico a la humanidad. Se concibe la diferencia (…) -
Agamben (E:198-202) – Eros – herói – demônio
29 de dezembro de 2021, por Cardoso de CastroNão é fácil precisar em que momento o “demônio aéreo” de Epinómis, de Calcídio e de Pselo acaba identificado com o “herói” ressuscitado pelos antigos cultos populares. Segundo uma tradição que Diogenes Laércio faz remontar a Pitágoras, certamente os [198] heróis já apresentam todos os traços da demonicidade aérea: eles habitam no ar e agem sobre os homens inspirando-lhes sinais premonitórios da doença e da saúde . A identificação com o demônio aéreo é testemunhada por uma etimologia cuja (…)
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Barbuy: A Nação e o Romantismo
8 de outubro de 2021, por Cardoso de Castro1. A exposição que se vai seguir foi reconstituída de notas de aulas ministradas na Faculdade de Filosofia “Sedes Sapientiae”, da Universidade Católica de São Paulo, bem como de uma conferência pronunciada no Centro de Estudos Sociais e Políticos. Nesta última, procurei demonstrar, em síntese, que existem três espécies de nacionalismo: o Romântico, o Burguês e o Dialético ou comunista. Não podendo estender demasiadamente este ensaio, limito-me a expor aqui os principais aspectos do (…)
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Cassirer: A CRISE NO CONHECIMENTO DO HOMEM SOBRE SI MESMO
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroAntropologia Filosófica Ernst Cassirer Trad. Vicente Felix de Queiroz Editora Mestre Jou 1972
Parece ser universalmente admitido que a meta mais elevada da indagação filosófica é o conhecimento de si próprio. Em todos os conflitos travados entre as diferentes escolas filosóficas, este objetivo permaneceu invariável e inabalado: revelou-se o ponto de Arquimedes, o centro fixo e imutável, de todo pensamento. Nem mesmo os mais céticos pensadores negaram a possibilidade e a necessidade do (…) -
Cassirer: A CRISE NO CONHECIMENTO DO HOMEM SOBRE SI MESMO (2)
23 de março de 2022, por Cardoso de CastroEm certo sentido, essa primeira resposta sempre permaneceu a resposta clássica. O problema socrático e o método socrático jamais poderão ser esquecidos ou suprimidos. Por intermédio do pensamento platônico deixou sua marca (VIDE NOTA ABAIXO) em todo o desenvolvimento futuro da civilização. Não existe, talvez, meio mais seguro nem mais rápido de nos convencermos da profunda unidade e da perfeita continuidade do pensamento filosófico antigo do que o confronto desses primeiros estádios da (…)
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Barbuy: Do ser e das faculdades cognitivas
6 de outubro de 2021, por Cardoso de CastroA visão científico-naturalista do mundo e da vida falsifica a realidade justamente porque ignora a única realidade real, o que os gregos denominavam — dytos dy — que são as substâncias e só considera os acidentes, os quais não existem senão nas e pelas substâncias. A concepção “científica” do mundo, entendendo que a noção de substância é pura invenção do espírito, como queria Locke, visualiza um só aspecto da realidade, qual seja por exemplo a categoria da quantidade (a que menos determina o (…)
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Plotino - Tratado 38,30 (VI, 7, 30) — Mistura de prazer e inteligência
27 de março de 2022, por Cardoso de CastroMíguez
30. ¿Conviene, por tanto, que mezclemos el placer al bien y que consideremos la vida como imperfecta? ¿O nos conviene ver ahora, aplicándonos por completo al Bien, si la vida es la contemplación de las cosas divinas y de su principio? 1
Cuando pensamos que el Bien descansa en la inteligencia como sujeto y en el sentimiento del alma como resultado de la actividad inteligente, no queremos afirmar con ello que el fin o el bien sea la reunión de ambos, esto es, que la Inteligencia sea (…) -
Existe Apenas o Um - Plotino e a Metafísica da Busca Espiritual
24 de março de 2022, por Cardoso de CastroPlotino, que viveu no século três, descreve o que talvez seja a mais coerente metafísica espiritual tanto da tradição ocidental quanto da oriental. Encontramos, em Plotino e em seu professor Amônio Sacas, um fluxo de elevada sabedoria e prática contemplativa que deriva dos antigos pitagóricos, de Sócrates e da posterior cultura grega, atingindo o pensamento místico europeu. Heidegger, por exemplo, reflete claramente a transmissão intelectual e espiritual de Plotino, a linhagem neoplatônica, (…)