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Sorabji (PC1:61-62) – distinção doxa e phantasia

sexta-feira 21 de outubro de 2022, por Cardoso de Castro

  
Platão transformou a phantasia em doxa com percepção sensorial, Sofista   263E-264D; República 603A. Aristóteles distinguiu a doxa como um apelo à convicção (pistis) e, portanto, à(s) razão(ões) (logos). Os estoicos ofereceram a distinção diferente de que julgamento (krisis) e doxa envolvem dar o assentimento (synkatathesis) da razão à aparência. Alexandre de Afrodísias torna isto estoico ao dar seu ponto de vista.

Aristóteles

Resta, então, ver se phantasia é opinião (doxa), pois opinião é verdadeira ou falsa. Mas a convicção (pistis) acompanha a opinião, pois não é possível que alguém com opinião sobre algo não tenha convicção sobre isso. Entre os animais selvagens, porém, nenhum tem convicção, mas muitos têm phantasia. Novamente, a convicção acompanha toda opinião, ser persuadido acompanha a convicção, e a razão (logos) acompanha a persuasão (peitho). Entre os animais selvagens, porém, alguns têm phantasia, mas não razão. [Aristóteles De Anima 3.3, 428al8-24]

Alexandre de Afrodísias

Pois a convicção (pistis) é sempre uma consequência (hepesthai) desta última [opinião], pois uma pessoa que tem uma opinião (doxa) sobre algo sempre concorda (synkatatithesthai) que também seja. Pois a opinião sobre algo é um assentimento dessa pessoa para que seja assim, e o assentimento é acompanhado de convicção (pistis), já que a opinião é um assentimento racional acompanhado de julgamento (krisis). Mas nem todos os casos de aparição (phantasia) são acompanhados de convicção. Pois há muitos animais não racionais, de qualquer forma, que têm [a capacidade de] parecer, mas não convicção; mas se eles não têm convicção, também não têm consentimento acompanhado de julgamento. Além disso, toda opinião envolve composição – pois é afirmativa ou negativa – embora nem todos os casos de ser aparente o sejam. Por esta razão, o que é verdadeiro e [o que é] falso não são semelhantes em ambos os casos, assim como também não são na percepção e na opinião. [Alexandre De Anima 67,15-23]


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